A presidenta Dilma Rousseff recebe diploma do presidente do TSE, Dias Toffoli (Valter Campanato/Agência Brasil) |
A presidenta Dilma Rousseff saiu
hoje (18) mais uma vez em defesa da Petrobras, conclamou a população a firmar
um pacto contra a corrupção e afirmou que o crescimento do país vai se acelerar
“mais rápido do que alguns imaginam”.
Em discurso na cerimônia de diplomação
pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ela disse também que cabe aos eleitos
governarem bem e, ao segundo colocado, exercer o papel de oposição da melhor
maneira possível. “Como eleição democrática não é uma guerra, não produz
vencidos”, declarou.
Dilma Rousseff discursou logo
após receber o diploma – que a habilita a ser empossada no dia 1º de janeiro –
das mãos do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Dias
Toffoli. Em uma fala voltada a promessas de ações conceituais, de como pretende
iniciar o segundo mandato, ela fez questão de repetir palavras como “novo”,
“mudança” e “esperança”.
Os casos de corrupção da
Petrobras foram explicitamente citados pela presidenta em meio à linha de
raciocínio de que “alguns funcionários” foram atingidos no processo, mas é
preciso “continuar acreditando na mais brasileira das nossas empresas”. O
argumento usado foi o de que é preciso “punir pessoas, não destruir empresas”.
“Estamos enfrentando com destemor, e vamos transformar [o caso] em energia
transformadora”, defendeu. Essa luta contra os malfeitos foi exemplificada por
Dilma com expressões para “apurar com rigor tudo de errado”, “criar mecanismos
que evitem fatos como esse” e “saber apurar, punir”.
“Não podemos fechar os olhos a
uma verdade indiscutível. Chegou a hora de o Brasil dar um basta à corrupção”,
declarou a recém-diplomada, para complementar que um “grande pacto nacional
contra a corrupção”, envolvendo todas as esferas da sociedade, “vai desaguar na
grande reforma política que o Brasil precisa”. No entanto, não é um conjunto de
novas leis que vai resolver os problemas, na opinião da presidenta. Ela disse
que a mudança envolve uma nova consciência de moralidade pública na atual e nas
próximas gerações. “Quero ser a presidenta que ajudou a tornar esse processo
irreversível”, acrescentou.
“Temos a felicidade de viver em um
país onde a verdade não tem mais medo de aparecer”, afirmou. Punir os
responsáveis, no entanto, não diminui a importância e a competência da empresa,
de acordo com a presidenta reeleita. Para ela, é preciso continuar apostando na
governança da Petrobras, no modelo de partilha e na política de conteúdo local.
“A Petrobras e o Brasil são maiores que qualquer problema e crise",
acrescentou. "Por isso, temos capacidade de superá-los e deles sair
melhores e mais fortes.”
Após a fala de Dilma, Dias
Toffoli declarou que as eleições são “página virada” e “que os especuladores
que se calem”. “Não há espaço para terceiro turno que possa vir a caçar voto
desses 54.501.118 eleitores”, frisou.
“Estamos aqui cumprindo o desejo
da maioria do povo brasileiro. O povo, na sua sabedoria, escolhe quem ele quer
que governe e quem ele quer que seja oposição. Simples assim”, disse a
presidenta ao iniciar o seu discurso, antes de dizer que saber vencer é fazer
com que todos tenham oportunidades iguais para construir um futuro melhor.
“Ser a primeira mulher eleita e
reeleita para ocupar o mais alto cargo da nação deixa minha alma plena de
alegria, responsabilidade e destemor”, declarou Dilma Rousseff, para depois
complementar que não deve ter medo de mudar a realidade, mesmo que seja
difícil. “Nem tampouco medo de mudar a si próprio, mesmo que isso cause algum
desconforto.”
Após dizer que as portas a serem
fechadas são as da corrupção, e não as do crescimento e do progresso, Dilma
anunciou que reserva para o seu discurso de posse, daqui a duas semanas, o
detalhamento de medidas que serão tomadas para estimular o crescimento, o
desenvolvimento econômico e o progresso social. Ao terminar sua fala, convocou
todos os brasileiros que a acompanhem “nessa caminhada de transformação e de
mudança”.
Ocorrida no plenário do TSE, a
cerimônia de diplomação contou com a presença de autoridades como os
presidentes do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski; do Senado
Federal, Renan Calheiros; e da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves;
além do procurador-geral da República, Rodrigo Janot; do comandante da Força
Aérea Brasileira, Juniti Saito e dos ex-presidentes da República José Sarney e
Luiz Inácio Lula da Siva.
Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário