segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Número de denúncias a ONU cresce no estado. Caso Petrolina é destaque em 2010

O ano mal começou e o Gabinete de Assessoria Jurídica às Organizações Populares (Gajop) já encaminhou à Organização das Nações Unidas, um total de 10 denúncias para ser acompanhado pelo órgão, em sua maioria no que diz respeito a execuções sumárias, violência e tortura policial e linchamentos.

O grande número de encaminhamentos segue a tendência do órgão em 2010, que, no ano passado, alertou a comunidade internacional por meio de 29 comunicações de problemas de violação do direito humano, dos quais se destaca a triste história de José Alex Soares, morto em janeiro do ano passado depois de ser agredido por ter sido confundido, junto ao amigo, Diego Pereira Cruz, com assaltantes de um posto de gasolina.

O jovem, aos 19 anos, morreu três dias depois vítima dos ferimentos, enquanto o amigo de infância passou 39 dias preso até que fosse provada a inocência de ambos, e que as vítimas do caso virassem réus de um caso marcado por brutalidade e ignorância.

O drama foi narrado no especial Vítimas da Injustiça, publicado em março do ano passado no Pernambuco.com

O balanço realizado pelo Gajop reforça sua atuação no país, uma vez que se consolidada como única Organização Não Governamental do Norte-Nordeste a ter status consultivo especial da ONU. No país, apenas outras 11 organizações possuem credibilidade do gênero. Entre as denúncias, 26% trataram de execuções sumárias, enquanto outros 24%, de dificuldade no acesso à justiça, nas quais se destaca o Caso Maristela Just, que demorou 21 anos para finalmente ir a julgamento e, mesmo assim, lidando com um réu que continua foragido.

Recebidas, as denúncias passam a ser tratadas com prioridade pela ONU, que passa a exigir informações dos governos estadual e federal, como forma de cobrar providências para garantir a manutenção da garantia do direito humano a todos os cidadãos. Entre os assuntos que também são tratados pelo Gajop, que chama a atenção da sociedade, está um relatório da Polícia Rodoviária Federal, que trata da exploração sexual de crianças e adolescentes, que chega a ser realizada abertamente nas rodovias federais do país. Uma nova reunião para dar continuidade à fiscalização das denúncias do gênero durante todo o ano já está marcada para o mês de março.
Diario de Pernembuco

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