Fonte:
Agência Estado
A
maior instituição de financiamento do combate à Aids no mundo convocou nessa
terça-feira (24) um banqueiro colombiano-brasileiro para resgatar sua
credibilidade e gerenciar bilhões de dólares para o combater a epidemia. O
Fundo Global contra Aids, Malária e Tuberculose anunciou a escolha de Gabriel
Jaramillo como gerente-geral da entidade, que tem em mãos mais de US$ 10
bilhões até 2013 para programas de saúde.
Jaramillo,
nascido em Bogotá e com cidadania brasileira, atuou como banqueiro nos últimos
30 anos. Foi o CEO do Citibank no México e presidente do Santander e do
Citibank na Colômbia nos anos 90. Mas foi no Brasil onde ganhou destaque como
um dos líderes do setor financeiro. Em 1999, foi Jaramillo quem coordenou a
ofensiva do Santander para sair vencedor no leilão do Banespa, no ano seguinte,
pelo qual o grupo espanhol pagou US$ 7 bilhões,
O
ágio foi de 280% no preço inicial, mas o processo político, que gerou críticas
até do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi marcado por polêmicas. Por uma
década, Jaramillo presidiu o Santander Banespa no Brasil. Mas, acima de tudo,
liderou a expansão do grupo espanhol no País e na América Latina.
Hoje,
mais da metade da renda do banco vem de suas operações no Brasil e na região.
Ao deixar o banco, em 2009, o Santander era a oitava instituição financeira do
mundo.
Jaramillo
seguiu para os Estados Unidos, onde assumiu o Sovereign Bank e se aposentaria
dois anos depois. Em 2010, foi escolhido pelo secretário-geral da ONU, Ban
Ki-moon, para ser o enviado especial para o combate à malária.
Acesso
Agora,
terá a função de gerenciar o processo de transformação e garantir que os
bilhões de dólares dados a governos de todo o mundo sejam de fato aplicados na
luta contra as doenças. Nos últimos meses, o fundo tem sido assolado por
suspeitas de fraudes e mesmo de uso dos recursos pela primeira-dama francesa,
Carla Bruni.
A
atual direção foi despedida e, na apresentação do ex-banqueiro a assessoria do
fundo fez questão de apontar a “integridade absoluta” de Jaramillo. O executivo
já havia trabalhado em um informe, sugerindo mudanças profundas no fundo.
Reorganização
“Minha
prioridade no Fundo Global é a de obter a máxima eficiência, controle e
resultados concretos que salvam vidas”, disse. “Começaremos um reorganização
que dará ênfase na simplicidade, disciplina e rigor, com o gerenciamento dos
fundos como a atividade central da instituição”, disse Jaramillo, que se diz
“honrado” pela nova posição.
Criado
em 2002, o Fundo se transformou no maior financiador de programas de saúde no
mundo, distribuindo US$ 22,6 bilhões a mais de mil projetos em 150 países.
Hoje, seus projetos garantem acesso a remédios contra a aids para 3,3 milhões
de pessoas, tratamento para tuberculose para 8,6 milhões e atendimento para 230
milhões ameaçados pela malária. As informações são do jornal O Estado de S.
Paulo.
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