sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

ENTREVISTA COM O CANDIDATO A PREFEITO DO RECIFE - RAUL HENRY (PMDB - PE)

Da revistaepoca.globo.com

imagem: colunas.revistaepoca.globo.com

Deputado pelo PMDB, Raul Henry tenta pela segunda vez se eleger prefeito do Recife. Terceiro colocado em 2008, com 16% dos votos, ele assume o discurso da mudança para tentar tirar o PT da prefeitura da capital. “Fui candidato em 2008, e os temas não mudaram, apenas se agravaram”, disse Henry ao jornalista Marcelo Osakabe.

A oposição fala em lançar dois candidatos. Entretanto, o PSDB e PPS já declararam não abrir mão de uma candidatura. O PMDB banca um terceiro nome?
Veja, o PMDB tem afirmado que a candidatura é irreversível. Porém, conversando com outros candidatos, ainda acredito que possamos convergir para apenas duas. Se mesmo assim não houver um entendimento, vamos manter a oposição unida para o segundo turno.
Isso não enfraquece a oposição?


Não, porque não há uma divisão entre a gente. Temos projetos alternativos, mas um único objetivo, que é ganhar a prefeitura.

Existem outros partidos próximos a sua candidatura?
Fora das discussões da Mesa de Unidade, ainda não temos nenhum nome.

O discurso da oposição parece bastante homogêneo. O que o senhor fará para se diferenciar dos outros candidatos?
Fui candidato em 2008, e os temas não mudaram, apenas se agravaram. Vamos focar em dois eixos. O primeiro é a infra-estrutura. Vivemos em uma cidade completamente atravancada, e o prefeito não apresentou sequer um projeto estruturador. Também temos problemas nas áreas de saneamento básico e moradia. Outro eixo é o de capital humano. Recife convive com uma taxa de homicídios entre jovens de 211 assassinatos para cada 100 mil habitantes. É pior que a Guerra do Iraque, onde esse número é de 70. Precisamos de uma política para a juventude, e isso passa pela educação.

Quais projetos lhe são caros?
Primeiro, o de mobilidade urbana. Recife tem a forma de uma mão. Ela tem cinco eixos radiais e quatro perimetrais. E qualquer especialista que você consulte afirma que um plano precisa ser montado encima desses eixos. É preciso que a prefeitura integre o transporte. Não dá para ter linha de metrô e de ônibus que fazem exatamente o mesmo percurso. É preciso também estimular a construção civil nas áreas que circundam esses eixos, para que o centro não fique tão sufocado..

Precisamos criar mais corredores e integrá-los entre si. São 7700 novos carros por mês na região metropolitana, não dá para ignorar. Para a juventude, quero fazer como vi na Colômbia. Estive em Medellín, e vi o que fizeram para dar uma alternativa aos jovens de lá. Construíram equipamentos de primeiro mundo nos bairros mais pobres e ofereceram programas de lazer e profissionalização. Isso cria uma nova relação da comunidade com o seu governo.

Como contornar a aliança entre prefeito, governador e presidenta?
Olhe, Dilma, Lula e Eduardo Campos (PSB) são muito fortes em Pernambuco. O elo fraco é a Prefeitura. Penso que uma eleição tem dois grandes argumentos: o da mudança e o da continuidade. E o povo deseja essa mudança. Em 2008, com cenário político bem mais adverso, o candidato do governo teve apenas 51% dos votos. De qualquer forma, ninguém vai fazer campanha contra o governador ou a presidenta. Vamos focar nos temas locais.

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