Da
revistaepoca.globo.com
A oposição fala em lançar dois
candidatos. Entretanto, o PSDB e PPS já declararam não abrir mão de uma
candidatura. O PMDB banca um terceiro nome?
imagem: colunas.revistaepoca.globo.com
Deputado pelo PMDB, Raul Henry tenta pela segunda vez se eleger prefeito
do Recife. Terceiro colocado em 2008, com 16% dos votos, ele assume o discurso
da mudança para tentar tirar o PT da prefeitura da capital. “Fui candidato em
2008, e os temas não mudaram, apenas se agravaram”, disse Henry ao jornalista
Marcelo Osakabe.
Veja, o PMDB tem afirmado que a candidatura é irreversível. Porém,
conversando com outros candidatos, ainda acredito que possamos convergir para
apenas duas. Se mesmo assim não houver um entendimento, vamos manter a oposição
unida para o segundo turno.
Isso não enfraquece a oposição?
Não, porque não há uma divisão entre a gente. Temos projetos
alternativos, mas um único objetivo, que é ganhar a prefeitura.
Existem outros partidos próximos a
sua candidatura?
Fora das discussões da Mesa de Unidade, ainda não temos nenhum nome.
O discurso da oposição parece
bastante homogêneo. O que o senhor fará para se diferenciar dos outros
candidatos?
Fui candidato em 2008, e os temas não mudaram, apenas se agravaram.
Vamos focar em dois eixos. O primeiro é a infra-estrutura. Vivemos em uma
cidade completamente atravancada, e o prefeito não apresentou sequer um projeto
estruturador. Também temos problemas nas áreas de saneamento básico e moradia.
Outro eixo é o de capital humano. Recife convive com uma taxa de homicídios
entre jovens de 211 assassinatos para cada 100 mil habitantes. É pior que a
Guerra do Iraque, onde esse número é de 70. Precisamos de uma política para a
juventude, e isso passa pela educação.
Quais projetos lhe são caros?
Primeiro, o de mobilidade urbana. Recife tem a forma de uma mão. Ela tem
cinco eixos radiais e quatro perimetrais. E qualquer especialista que você
consulte afirma que um plano precisa ser montado encima desses eixos. É preciso
que a prefeitura integre o transporte. Não dá para ter linha de metrô e de
ônibus que fazem exatamente o mesmo percurso. É preciso também estimular a
construção civil nas áreas que circundam esses eixos, para que o centro não
fique tão sufocado..
Precisamos criar mais corredores e integrá-los entre si.
São 7700 novos carros por mês na região metropolitana, não dá para ignorar.
Para a juventude, quero fazer como vi na Colômbia. Estive em Medellín, e vi o
que fizeram para dar uma alternativa aos jovens de lá. Construíram equipamentos
de primeiro mundo nos bairros mais pobres e ofereceram programas de lazer e
profissionalização. Isso cria uma nova relação da comunidade com o seu governo.
Como contornar a aliança entre
prefeito, governador e presidenta?
Olhe, Dilma, Lula e Eduardo Campos (PSB) são muito fortes em Pernambuco.
O elo fraco é a Prefeitura. Penso que uma eleição tem dois grandes argumentos:
o da mudança e o da continuidade. E o povo deseja essa mudança. Em 2008, com
cenário político bem mais adverso, o candidato do governo teve apenas 51% dos
votos. De qualquer forma, ninguém vai fazer campanha contra o governador ou a
presidenta. Vamos focar nos temas locais.
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