Da AFP
imagem: jconline.ne10.uol.com.br
Uma mandíbula artificial, obtida graças a uma técnica inovadora de
geração de imagens tridimensionais, foi implantada em um paciente na Holanda,
que conseguiu recuperar desta forma a fala e outras funções, anunciou nesta
quinta-feira a equipe que realizou a cirurgia, apresentada como uma inovação
mundial. A técnica consistiu em desenhar em três dimensões, no computador, a
parte do esqueleto doente, neste caso, uma grave inflamação da mandíbula, e
"imprimir" o desenho em uma prótese em titânio com suas dimensões
exatas.
Esta prótese "sob medida" pode, desta forma, ser implantada no corpo
do paciente, reduzindo o tempo da cirurgia para 3 a 4 horas contra as 12 a 20
horas de uma reconstrução clássica, explicou em entrevista coletiva em Hasselt,
no nordeste da Bélgica, o doutor Jules Poukens, à frente da equipe
belgo-holandesa que fez a cirurgia.
Este procedimento já tinha sido utilizado em partes de crânios ou pequenas
seções do rosto, mas "esta foi a primeira vez que uma mandíbula inferior
completa foi reimplantada em um paciente", afirmou o cirurgião. "A
operação foi realizada há alguns meses em um paciente holandês de 83 anos. Este
procedimento permitiu preservar importantes funções vitais (respiração, fala,
mastigação, faculdades degustativas), bem como o aspecto estético, que de outra
forma teria sido perdido", explicou o médico.
O preço desta prótese, que pesa 107 gramas (contra 70 gramas de uma mandíbula
natural), chega a cerca de 9.000 euros. Mas este custo, ainda elevado, é em
parte compensado pelo tempo reduzido da operação e da hospitalização e pela
economia feita com a melhora do estado de saúde do paciente, destacou Carsten
Engel, engenheiro associado do projeto.
No futuro, próteses porosas poderão ser utilizadas. Associados às
células-tronco, estes implantes se integrarão melhor ao corpo do paciente. A
cirurgia resultou de uma colaboração entre o grupo de pesquisa em morfologia
funcional da Universidade de Hasselt Biomed, da Haute École de Limbourg Xios,
da Universidade Católica de Louvain (KUL), do Centro Médico de Sittard-Geleen
(Holanda) e das sociedades holandesas Xilloc Medical (que fez a modelagem da
mandíbula em 3D) e belga LayerWise (encarregada de sua produção).
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