Do Portal G1 PE
Até os anos 1990, a coqueluche era uma
doença controlada no Brasil. Entretanto, o surgimento de novos casos tem
preocupado autoridades da área de saúde em todo o país; só este ano, foram
registrados 1.759 casos, com 39 mortes. Em Pernambuco, até a segunda-feira
(24), foram 140 casos de Coqueluche confirmados, com uma morte registrada, de
acordo com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). Em
2011, foram 80 casos confirmados, com duas mortes; em 2010, foram 30 casos e
nenhuma morte.
Por conta do avanço, nesta
terça (25), é celebrado o Dia Latino-Americano Contra a Coqueluche. De acordo a
médica Analíria Pimentel, professora e pesquisadora na Universidade de
Pernambuco (UPE), a data foi estabelecida como uma forma de frear o avanço da
doença: países como Colômbia, Argentina e Costa Rica e estados como Bahia e
Alagoas registraram surtos recentemente. A doença, que também é chamada de
tosse comprida, tosse com guincho ou espasmódica, afeta o sistema respiratório
e, se não for tratada, pode levar à morte.
Uma pesquisa realizada no
Recife aponta que a preocupação entre os adultos deve aumentar; antes, o
principal foco de campanhas era nas crianças, que chegam à morte mais
facilmente. “O problema é que cada adulto, para cada caso de coqueluche, gera
17 casos. Nós, adultos, somos a fonte de transmissão para bebês”, contou
Analíria Pimentel. A doença é transmitida principalmente através de gotículas
de saliva, na hora da tosse ou do espirro.
Muitas vezes a coqueluche
se espalha porque as pessoas confundem o principal sintoma – a tosse seca – com
uma alergia ou uma asma. “Qualquer tosse seca e irritativa por mais de 14 dias,
os médicos têm que pensar na coqueluche”, destacou Analíria. Para evitar que a
doença se espalhe, além da percepção dos adultos que podem estar infectados, os
bebês devem ser vacinados nos primeiros meses de vida.
O tratamento contra a
coqueluche é feito com macrolídeos, que são antibióticos específicos; a
princípio, o remédio evita a transmissão. “É um novo tempo que a gente precisa
ficar em alerta. A
gente tem que fazer um diagnóstico precoce, porque assim que a gente vai evitar
que nossos bebês, as nossas grávidas tenham a coqueluche”, concluiu a doutora
Analíria Pimentel.
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