O cenário político
internacional em 2012 foi dominado pela crise econômica internacional, que se
acentuou nos países da zona do euro (17 nações que adotam a moeda única), pelo
agravamento dos conflitos na Síria, que duram 21 meses, e pela Conferência das
Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20.
Também tiveram
destaque as disputas eleitorais intensas em nações como os Estados Unidos e a
França, além de uma série de ocorrências na América Latina, como a integração
da Venezuela ao Mercosul e a suspensão do Paraguai do bloco.
O ministro das Relações
Exteriores, Antonio Patriota, em entrevistas concedidas nos últimos dias,
destacou ainda o reconhecimento da Palestina como Estado observador da
Organização das Nações Unidas (ONU) e a frustração das negociações em busca de
um acordo entre palestinos e israelenses. “Infelizmente há uma paralisia no
processo”, ressaltou ele. “Existe a necessidade de se repensar os mecanismos de
gestão de paz”, disse.
A seguir, os principais temas que
ocuparam as discussões no cenário internacional em 2012:
Crise econômica internacional
A presidenta Dilma Rousseff, nas
discussões no exterior, destacou a necessidade de se buscar mercados
alternativos na tentativa de amenizar os efeitos da crise. Segundo ela, é
fundamental associar ações de austeridade a medidas de crescimento econômico e
inclusão social. A busca pela manutenção de financiamentos externos e apoio
levou vários países, como a Grécia e a Espanha, a implementar medidas de
austeridade criticadas pela sociedade civil. Protestos violentos nas ruas de
várias cidades europeias se tornaram frequentes ao longo do ano.
Agravamento dos conflitos na
Síria
Desde março de 2011, a Síria vive
sob um clima de guerra em decorrência da disputa política que envolve o governo
do presidente sírio, Bashar Al Assad, e oposição. De acordo com organizações
não governamentais, mais de 40 mil pessoas morreram, inclusive crianças e
mulheres. Há denúncias de torturas, prisões irregulares e assassinatos. A Síria
é alvo de várias sanções da comunidade internacional. Paralelamente, a Liga
Árabe (que reúne 22 nações) tenta encontrar uma solução para a crise.
Rio+20
Por nove dias, em junho, o mundo
se voltou para o Rio de Janeiro durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento
Sustentável, a Rio+20. Chefes de Estado e de Governo, negociadores e
representantes da sociedade civil de mais de 190 países se reuniram para fechar
o documento final, contendo 49 páginas, denominado O Futuro que Queremos. Ao
final da conferência, foram incluídos aspectos que tentam garantir o
desenvolvimento sustentável com erradicação da pobreza. No entando, movimentos
sociais e alguns líderes estrangeiros condenaram a falta de ousadia do texto.
Venezuela integrada ao Mercosul
Em julho, a Venezuela foi
oficialmente integrada ao Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, que
está momentaneamente suspenso). As negociações levaram seis anos até a inclusão
do país no bloco, pois os parlamentos do Brasil e do Paraguai resistiam à adesão.
Em Brasília, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, comemorou. Recentemente,
ele foi submetido a uma cirurgia para a retirada de um tumor maligno, na região
pélvica, e seu estado de saúde é considerado delicado, o que provoca incertezas
na política da Venezuela. Reeleito para o cargo, o presidente tem a posse
marcada para o dia 10. Mas a data pode ser alterada devido ao seu estado de
saúde.
Colômbia e as negociações com as
Farc
O presidente da Colômbia, Juan
Manuel Santos, itensificou as negociações para um acordo de paz com as Forças
Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), que atuam no país há cerca de meio
século. Uma comissão especial foi organizada para conduzir os diálogos. Segundo
Santos, as negociações devem ser concluídas no final de 2013. Autoridades de
Cuba, da Noruega, do Chile e da Venezuela fazem a mediação. A presidenta Dilma
Rousseff também ofereceu apoio e o Brasil deve colaborar com a experiência na
área desenvolvimento agrário.
Crise no Paraguai
Em 22 de junho, o então
presidente paraguaio, Fernando Lugo, foi destituído do poder após aprovação do
impeachment pela Câmara e pelo Senado. A iniciativa foi considerada o
rompimento da ordem democrática no país, de acordo com os líderes políticos
sul-americanos, que aprovaram a suspensão temporária do Paraguai do Mercosul e
da União de Nações Sul-Americanas (Unasul). Sob a presidência de Federico
Franco, o país tenta ser reintegrado aos dois grupos. Em abril, há eleições
presidenciais no Paraguai. Lugo sinalizou que concorrerá ao Senado, mas ainda
não confirmou.
Palestina
A Palestina foi reconhecida como
Estado observador da Organização das Nações Unidas (ONU). Para especialistas, a
medida é um avanço e colabora para que futuramente seja intensificado o debate
sobre a criação de um Estado autônomo e independente. Porém, a decisão ocorre
em um momento de acirramento entre palestinos e israelenses, pois o governo de
Israel ampliou a construção de assentamentos na Cisjordânia e em Jerusalém
Oriental – áreas reivindicadas pelos palestinos. O governo do Brasil condenou a
construção dos assentamentos.
Transição Eleitoral
Em 2012, houve eleições nos
Estados Unidos, na França, na Rússia e na China, além do México, da Venezuela e
da República Dominicana. Nos Estados Unidos, o presidente Barack Obama foi
reeleito em uma disputa apertada com o republicano Mitt Romney. Na França, o
socialista François Hollande venceu o então presidente Nicolas Sarkozy. Na
Rússia, Vladimir Putin retomou ao poder pela terceira vez. Na China, os líderes
mais antigos dão lugar aos mais jovens.
Agência Brasil
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