segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Blog do Magno Martins: Coluna da segunda-feira


Em cima do muro
Cria do ex-governador Paulo Guerra, por quem foi estimulado a entrar na vida pública, o ex-deputado José Mendonça Bezerra, já falecido, pai do deputado Mendonça Filho, costumava repetir uma máxima que ouvia de Guerra: político tem que ter lado, mesmo que venha a pagar um preço.

Mendonção, como era conhecido, passou 50 anos na política e nunca contrariou seu velho mestre. Marina Silva, pré-candidata ao Planalto, mais uma vez, lançou o seu novo partido, no último fim de semana, em Brasília, repetindo o mesmo erro da eleição presidencial de 2010.

Grande surpresa do primeiro turno, a então candidata do PV não apoiou nem Dilma nem Serra no segundo turno, optando pelo muro. E parece que gostou tanto da postura cômoda que afirmou, após a proclamação da “Rede Sustentabilidade”, esquisito nome da nova legenda, que não será nem situação nem oposição. 

Das duas, uma: ou Marina viaja na maionese, achando que existe espaço na política para a Diana do pastoril, ou não está levando seu projeto de disputar à Presidência da República, mais uma vez, a sério.

Em qualquer regime democrático, só existe um candidato da situação, representado por quem está no poder. Na largada para consolidar seu novo partido, Marina comete um grande equívoco.

Na política, não existe espaço para meio termo, ou é se é oposição ou governo. A ex-senadora perdeu um bom momento para se firmar como grande alternativa de oposição ao PT, à política equivocada que se iniciou com Lula, marcada por desmandos e escândalos.

Evangélica, Marina conhece a Bíblia e deveria lembrar bem o conceito básico cristão: seja frio ou quente, nunca morno, porque os mornos não sabem o que querem. Na política, isso se chama fraqueza.

MISSÃO 2014– O prefeito de Afogados da Ingazeira, José Patriota (PSB), será eleito, hoje, presidente da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe) com uma missão: expandir as bandeiras do seu padrinho, Eduardo Campos, pré-candidato socialista à Presidência da República. Jeitoso e articulado, Patriota vai tentar convencer o maior número de filiados à instituição a se engajar efetivamente ao projeto do governador.

Tucanada dividida - O PSDB lança a candidatura de Aécio Neves à Presidência da República em março, mas o senador mineiro não tem a certeza de que une o partido. Na entrevista das páginas amarelas de Veja, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, sinaliza que está na disputa também ao propor prévias para escolha do candidato tucano.

Bloco na rua - Segundo a revista Veja, nos cinco dias de folia do Carnaval, Eduardo foi a oito cidades. Dançou frevo, maracatu e subiu ao palco do Recife Antigo com Caetano Veloso. Passada a festa, o governador vai colocar sua candidatura a presidente na avenida. Negocia com dois marqueteiros experientes o comando dos programas do PSB na televisão, em maio.

Com Lupa - Até o final do ano, ainda segundo a revista, o governador pretende visitar todos os Estados, começando pelo Sudeste. Além de construir palanques regionais para 2014, buscará o apoio de artistas e intelectuais – receita semelhante à utilizada por Lula para chegar ao poder. O PT acompanha com lupa todas essas movimentações.

Nem aí - Relator da regulamentação do novo Fundo de Participação dos Estados (FEP), o senador Walter Pinheiro (PT-BA) já pediu duas vezes ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para levar a matéria diretamente ao plenário, sem tramitação nas comissões. O Congresso corre contra o tempo para definir as novas regras. O STF deu prazo de apenas cinco meses.

CURTAS

RACHA 1– Dilma enfrenta problemas com o PMDB. Está desconfiada com Lula, que quer fazer Michel Temer candidato a governador em São Paulo e negociar a sua vaga de vice com o PSB. Há também divergências entre os peemedebistas da Câmara e Senado, que estão rachados.

RACHA 2– Nenhum dos cinco ministros do PMDB tem controle sobre as bancadas, o que dá margem a inúmeras negociações com o governo. Dilma conversou com PSD, PDT e PR, mas nenhum desses partidos quer se comprometer agora com o apoio à sua reeleição em 2014. Os três negociam paralelamente com o PSB.

Nenhum comentário: