Do G1, em São Paulo
muitocurioso1.blogspot.com.br |
Uma técnica
com raios laser dirigidos a uma região específica do cérebro conseguiu eliminar
o vício em cocaína de ratos de laboratório nos Estados Unidos. Segundo os
criadores, o avanço tem potencial de sucesso entre humanos, e nada impede o
início desses testes.
O estudo
publicado nesta quarta-feira (3) pela edição online da revista científica
“Nature” mostra como o estímulo de uma área do cérebro conhecida como córtex
pré-frontal – mais precisamente na chamada região pré-límbica – pode ter efeito
direto sobre como o corpo lida com o vício.
No
experimento, a equipe liderada por Antonello Bonci, do Instituto Nacional de
Abuso de Drogas dos Estados Unidos, usou a luz laser para estimular o cérebro
de ratos viciados em cocaína para que eles largassem a droga. Da mesma forma,
eles conseguiram também traçar o caminho contrário e transformaram roedores
saudáveis em dependentes químicos.
Em humanos,
seria possível aplicar a mesma lógica, mas com uma técnica diferente. Em vez de
laser, poderiam ser usados sinais eletromagnéticos, de uma forma menos
agressiva ao cérebro. Segundo os criadores, já estão sendo desenvolvidos testes
clínicos para ver se a ideia vai funcionar na prática. No Brasil, pesquisadores
do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (IPQ-USP) usam o mesmo
princípio para tratar dependentes.
Antes do
tratamento, os ratos usados no estudo tinham um comportamento de certa forma
semelhante ao dos humanos viciados em cocaína. Além do comportamento impulsivo
típico dos dependentes, os ratos consumiam a droga mesmo depois de
condicionados a esperar lesões associadas ao uso.
Com o uso
prolongado da cocaína, os ratos perderam muito de sua atividade no córtex
pré-frontal. A região é fundamental para funções como a tomada de decisões,
controle de impulsos e flexibilidade de comportamentos. Por isso, a área foi
escolhida como alvo pelos pesquisadores.
Em humanos,
exames de imagens cerebrais de dependentes mostram que a baixa atividade na
região é semelhante à observada nos ratos. Por isso, os pesquisadores acreditam
que a técnica também vá funcionar nos pacientes humanos.
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