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Testes
caseiros para detectar HIV podem ser uma alternativa para auxiliar no controle
da epidemia de aids. Ainda hoje, o estigma e o medo impedem pessoas de
comparecer a um centro de saúde para fazer o exame.
A conclusão
é de uma revisão de estudos publicada ontem (02), pela revista PloS Medicine. O
trabalho, feito na Universidade McGill, no Canadá, levou em conta 21 pesquisas
anteriores que avaliaram a estratégia do autoteste em sete países. Ao todo,
12.402 indivíduos participaram.
O
autoteste, que é feito em casa e detecta a doença pela saliva, teve alta
aceitabilidade, índice que variou de 74% a 96%. Entre 61% e 91% dos voluntários
declararam preferir o teste caseiro ao feito em unidades de saúde.
O que
facilitou a preferência tanto pelo autoteste supervisionado quanto pelo não
supervisionado, segundo o estudo, foi "privacidade, anonimato, economia de
tempo e conveniência".
Uma das
autoras, Nitika Pant Pai, cita que mesmo na América no Norte a discriminação
contra o diagnóstico de HIV ainda é excessivo. "Tanto é que 40% dos
pacientes com HIV dos EUA aparecem nos hospitais com uma infecção
avançada", diz.
No Brasil,
esse teste não é aprovado. Para Maria Clara Gianna, coordenadora do Programa
Estadual de DST/Aids-SP, a estratégia deveria ser testada no País. "Hoje,
identificamos como principal estratégia a realização de testes nos serviços de
saúde, com acolhimento e orientação."
Para o
infectologista Olavo Henrique Munhoz Leite, da Faculdade de Medicina do ABC, os
resultados representam uma quebra de paradigma. "Passamos anos a fio
falando da importância do aconselhamento pré-teste. Mas os resultados mostram
que as pessoas aderem muito mais fazendo o teste sozinhas em casa."
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