Disco e documentário lembram o o autor falecido há 20 anos
A morte do vaqueiro é uma das mais conhecidas canções da vasta obra de Luiz Gonzaga. Pouca gente, no entanto, liga a música ao nome do autor, no caso, o caruaruense Nelson Barbalho (1918/1993). Escritor prolífico, pesquisador, compositor de dezenas de músicas (boa parte com seu parceiro mais constante o maestro Joaquim Augusto). Nelson Barbalho era de uma produtividade compulsiva. Deixou dezenas de livros e de músicas inéditos. Aproveitando o gancho do aniversário de 20 anos do falecimento de Barbalho, foram lançados um CD, produzido por Cláudio Almeida, e um documentário, dirigido por Wilson Freire. Ambos têm o mesmo título: Nelson Barbalho, o imortal no país de Caruaru.
Valéria Barbalho, filha de Nelson, contabiliza 180 composições do pai, a grande maioria assinada com o maestro Joaquim Augusto, enviadas em partituras para a Ilha do Governador, onde morava Luiz Gonzaga. Destas apenas oito foram gravadas por Gonzagão. As restantes, com o falecimento do cantor (em 1989), foram dadas como perdidas. Joaquim Agusto faleceu em 1984, e Nelson Barbalho encerrou sua carreira de compositor, dedicando-se à literatura e às pesquisas. “No ano passado, mexendo nos arquivos nelseanos, encontrei um velho envelope amassado, contendo músicas originais da dupla. Descobri partituras desenhadas por Joaquim e letras anexas, datilografadas por Nelson com sua velha Remington, todas amareladas pelo tempo, feitas para Gonzagão”
Valéria que estava trabalhando com Wilson Freire no documentário convidou o violonista Cláudio Almeida (sobrinho do maestro Joaquim Augusto) para a produção da trilha do documentário, e para um CD, em que reuniu vários nomes da cena forrozeira pernambucana. Almeida aceitou a empreitada, e traçou uma panorâmica da obra musical de Nelson Barbalho, e do parceiro Joaquim Augusto, acrescentando parcerias do primeiro com outros autores, tias como Onildo Almeida (Capital do agreste), e com Luiz Gonzaga (A morte do vaqueiro, feita em homenagem a Raimundo Jacó, primeiro de Luiz Gonzaga, cujo assassinato, motivou a realização da Missa do Vaqueiro, em Serrita, no sertão Central do estado).
São 14 canções, nove delas até então inéditas, mais um depoimento de Nelson Barbalho sobre A morte do vaqueiro. Nem todas estão o no universo do forró. Caruaru no frevo, por exemplo, que ficou a cargo do sanfoneiro Beto Hortiz, ou o Maracatu de Caruaru, interpretado por Isaar (com Gennaro nas sanfonas, mais Frederica Bourgeois, na flauta, Crisóstomo Santos, no clarinete), Mario Mendes, no violino, e a percussão ode Jerimum de Olinda). Uma faixa especial traz Dominguinhos cantando A morte do vaqueiro (ele mesmo toca a sanfona, com Sandro Haick, no violão de 7, e Jerimum de Olinda na percussão).
Os demais interpretes no CD: Geraldinho Lins (Fim de festa), Israel Filho (Capital do Agreste), Rosimar Lemos (Seca Braba), João Menelau (Coco na praia), Gennaro (Cabrocha véia), Quinteto Violado (Rosinha), Benil (T’aqueta Zé), Thiago Almeida (Forró do rela-bucho), Ivan Ferraz (Xote das moças), Sergio Amaral (Respeita a cara).
Do Jornal do Commercio
Do Jornal do Commercio
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