Foto: Bernardo Soares/JC Imagem |
O sanfoneiro pernambucano
Dominguinhos morreu, às 18h desta terça-feira (23), aos 72 anos, em decorrência
de complicações infecciosas e cardíacas, em São Paulo.
O cantor lutava contra
um câncer havia seis anos e estava internado na Unidade de Terapia Intensiva
(UTI) do Hospital Sírio-Libanês.
José Domingos de Moraes desenvolvido
insuficiência ventricular, arritmia cardíaca e diabetes. Ele foi transferido
para o hospital paulista em 13 de janeiro. A família ainda não informou onde
será o velório.
O filho mais velho do cantor, o engenheiro de
gravação Mauro Moraes, comentou com pesar a morte do pai. "Eu não tenho
palavras para falar do meu pai, uma pessoa querida. Mesmo a gente tendo pouco
contato nesse tempo todo, eu sempre fui muito apaixonado por ele. Uma pessoa
boa, humilde e que respeitava todo mundo. Como músico então eu não tenho nem o
que falar. É uma perda enorme. Ele foi um homem muito forte pra aguentar esse
tempo todo, ele estava sofrendo muito. Ele foi com Deus e virou mais uma
estrela lá no céu", lamenta.
LUTO - Em coletiva à imprensa logo após o anúncio da morte do
sanfoneiro, o governador Eduardo Campos decretou luto oficial de três dias no
Estado. Nesta quinta-feira, artistas como Elba Ramalho e Fagner fazem uma
homenagem a Dominguinhos num show no Chevrolet Hall.
MEMÓRIA - Pernambucano de Garanhuns, Dominguinhos compôs sucessos
como o xote "Abri a porta" (parceria com Gilberto Gil, em 1979),
"Tantas palavras" (parceria com Chico Buraque, em 1983), "Quem
me levará sou eu" (parceria com Manduka, 1979) e "De volta pro
aconchego" (escrita com Nando Cordel).
Além desses sucessoes, Dominguinhos também foi autor de clássicos do
forró como "Só quero um xodó", "De amor eu morrerei" e
"tenho sede".
Ao longo de sua carreira,
Dominguinhos gravou mais de trinta discos, entre LPs e CDs – o primeiro foi
"Fim de festa", em 1964. O pernambucano chegou a vencer importantes
prêmios, como o Prêmio Shell de Música 2010 e o Grammy Latino de 2002, com o CD
"Chegando de mansinho".
Além de ser famoso por suas
composições, o aprendiz de Luiz Gonzaga também se firmou na música brasileira
como intéprete ao lado de grande nomes como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico
Buarque, Toquinhoe o próprio Rei do Baião. Outros sucessos, porém, ficaram mais
famosos quando cantados por artistas como Fagner, Maria Bethânia , Zizi Possi,
Emílio Santiago e Elba Ramalho.
Dominguinhos foi casado com a cantora e compositora
Anastácia, com quem compôs Eu só quero um xodó, e depois com a também cantora
Guadalupe. Com Guadalupe, teve a filha Liv Moraes, que em 2010 também começou
trajetória musical.
Do NE10
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