Os 115 médicos
estrangeiros que desembarcaram no Recife no último fim de semana para atuar
como parte do programa Mais Médicos, do Governo Federal, vão participar de um
curso de três semanas a partir desta segunda-feira (26) no campus da
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em Vitória de Santo Antão, Região
Metropolitana do Recife.
Durante esta capacitação, os estrangeiros e brasileiros formados no exterior vão conhecer melhor a língua portuguesa e o funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS). As aulas para outros profissionais do programa também começam nesta segunda em Fortaleza, Salvador, Porto Alegre, Belo Horizonte e Rio de Janeiro.
Durante esta capacitação, os estrangeiros e brasileiros formados no exterior vão conhecer melhor a língua portuguesa e o funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS). As aulas para outros profissionais do programa também começam nesta segunda em Fortaleza, Salvador, Porto Alegre, Belo Horizonte e Rio de Janeiro.
Em bom
português, o médico italiano Filipo Santini contou que, para ele, o programa é
uma oportunidade interessante para continuar os estudos na área. "Fiz
parte do meu trabalho de conclusão de curso aqui no Recife, sobre a
acessibilidade ao SUS através dos programas de saúde da família. [O Mais
Médicos] é uma continuação ideal para mim, como profissional, que sempre achei
interessante o trabalho aqui no Brasil", disse.
Vinte e três
professores da UFPE e da Universidade de Pernambuco (UPE) estão envolvidos de
alguma maneira na formação dos 115 médicos em treinamento no Grande Recife,
além de três profissionais de língua portuguesa vindos da Bahia.
Ao todo, são 96 médicos cubanos e 19 de outras nacionalidades, que devem atuar nas zonas rurais e periferias das grandes cidades. De acordo com o coordenador pedagógico do programa, Paulo Santana, a aula inaugural é uma das formas de acolher os profissonais. "Eles vão conhecer o SUS, a realidade do povo, o perfil epidemiológico do país e os principais problemas", afirmou ele, antes do início da aula, quando os profissionais receberam calorosamente uma declamação de literatura de cordel, gênero tipicamente nordestino. "Hoje conversei com alguns e eles não tiveram maiores problemas de comunicação", destacou o coordenador.
Ao todo, são 96 médicos cubanos e 19 de outras nacionalidades, que devem atuar nas zonas rurais e periferias das grandes cidades. De acordo com o coordenador pedagógico do programa, Paulo Santana, a aula inaugural é uma das formas de acolher os profissonais. "Eles vão conhecer o SUS, a realidade do povo, o perfil epidemiológico do país e os principais problemas", afirmou ele, antes do início da aula, quando os profissionais receberam calorosamente uma declamação de literatura de cordel, gênero tipicamente nordestino. "Hoje conversei com alguns e eles não tiveram maiores problemas de comunicação", destacou o coordenador.
É uma
deficiência nossa, realmente, eu sou médico e pesquisador e não sei o que
significam várias expressões como ‘quebranto’, ‘espinhela caída’…”
O cubano
Primintivo Miranda, de 47 anos, está no Brasil pela primeira vez vindo Cuba e
disse que veio mesmo por vontade de ajudar. "Eu vim mais pela necessidade
que o povo brasileiro tem de atenção médica. Espero que corra tudo bem",
afirmou. A conterrânea Lice Domingues concorda com o colega e diz que realmente
é um hábito do país. “Estamos acostumados a colaborar com o resto do mundo,
sobretudo nações que não tem estes serviços. Além do mais, um dos princípios da
revolução cubana é ser internacionalista; ir onde tem necessidade”, disse a
médica geral integral, de 38 anos. Sobre o salário de R$ 10 mil, ela não quis
saber. “A minha família em Cuba está sendo cuidada pelo governo cubano, não
tenho preocupação. Estou aqui voluntariamente”.
Durante a
manhã, os médicos assistiram a um filme e discutiram o sistema de saúde
brasileiro. À tarde, por volta das 16h, terá início a primeira aula de
português com profissionais especializados. Por enquanto, os médicos estão
hospedados em alojamentos militares no Exército, Aeronáutica e Marinha. A
moradia definitiva durante todo o tempo do programa é de responsabilidade das
prefeituras das cidades onde eles atuarão.
Termos
populares
Após a introdução, realizada no auditório do campus Vitória, o grupo será dividido em três turmas de cerca de 40 profissionais cada pelos próximos 20 dias. Em cada sala estará sempre um profissional de medicina ou de saúde pública e um professor de língua portuguesa, para acompanhar nas dificuldades de fala e fazer inserções específicas para explicar particularidades do idioma. Segundo o médico tutor do programa Mais Médicos na UFPE, Rodrigo Cariri, apesar de a língua portuguesa não ser prioridade, os professores estão preparando um dicionário de termos populares para deixar os estrangeiros alerta. “É uma deficiência nossa, realmente, eu sou médico e pesquisador e não sei o que significam várias expressões como ‘quebranto’, ‘espinhela caída’…”, confessou Cariri, que atua no Recife , citando expressões comuns no interior. Na avaliação do tutor, os profissionais que desembarcaram na capital pernambucana ainda não apresentaram sérias dificuldades de comunicação.
Após a introdução, realizada no auditório do campus Vitória, o grupo será dividido em três turmas de cerca de 40 profissionais cada pelos próximos 20 dias. Em cada sala estará sempre um profissional de medicina ou de saúde pública e um professor de língua portuguesa, para acompanhar nas dificuldades de fala e fazer inserções específicas para explicar particularidades do idioma. Segundo o médico tutor do programa Mais Médicos na UFPE, Rodrigo Cariri, apesar de a língua portuguesa não ser prioridade, os professores estão preparando um dicionário de termos populares para deixar os estrangeiros alerta. “É uma deficiência nossa, realmente, eu sou médico e pesquisador e não sei o que significam várias expressões como ‘quebranto’, ‘espinhela caída’…”, confessou Cariri, que atua no Recife , citando expressões comuns no interior. Na avaliação do tutor, os profissionais que desembarcaram na capital pernambucana ainda não apresentaram sérias dificuldades de comunicação.
Na primeira
semana de curso, será discutida a realidade brasileira do ponto de vista
sociológico e demográfico. “Eles vão aprender como cada um destes aspectos,
além da desigualdade social, interferem na saúde pública”, continuou Cariri. Na
segunda semana, atores e estudantes vão ajudar no treinamento médico
participando de situaçãoes simuladas para ensaiar consultas e discutir
protocolo. Os médicos em treinamento também devem realizar visitas a unidades
de saúde.
Para a terceira
semana, estão programados conhecimentos ético-legais. “Por exemplo, em Cuba, o
aborto é legalizado. No Brasil, não”, exemplificou Cariri. “Enquanto aqui no
país temos seis consultas pré-natais, lá eles tem pelo menos dezesseis
consultas e diversas maneiras de identificar a má-formação fetal. Se uma mulher
tiver um pico de hipertensão durante a gravidez, ela é internada. Para eles, é
muito trágico perder uma mulher ou uma criança de menos de um ano por problemas
na gestação”, disse o médico. Enquanto no Recife morrem 16 crianças para cada
mil nascidos vivos, em Cuba morrem 4, de acordo com Cariri.
Do G1
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