A ala do PT de Pernambuco ligada
ao senador Humberto Costa e ao deputado federal João Paulo realizou um ato,
ontem, para anunciar a entrega dos cargos no governo do estado e na Prefeitura
do Recife.
A medida, ressaltam os petistas, ainda não é uma decisão de partido,
mas é o primeiro passo nesse sentido. O obstáculo para a consolidação da medida
é o grupo ligado ao ex-prefeito do Recife, João da Costa.
A decisão de ontem tem o aval do
ex-presidente Lula e da direção nacional do PT, que, em encontro recente,
recomendou que o desembarque ocorresse sem “açodamento”. Humberto Costa
explicou, no entanto, que de lá para cá dois pontos inviabilizaram a
permanência: a filiação da ex-senadora Marina Silva ao PSB e a inserção
partidária da sigla, que fez duras críticas à gestão da presidente Dilma
Rousseff (PT).
“Não faz nenhum sentido ficarmos
ao lado do governo (de Eduardo Campos)”, disse Humberto Costa, lembrando que o
presidente nacional do PSB tem dado provas de que será candidato à Presidência
da República. Na próxima sexta-feira haverá uma reunião de lideranças
pernambucanas com a Executiva Nacional do PT. Depois dela, a direção estadual
da sigla fará nova discussão. A decisão final deverá sair até domingo.
“Já havíamos visto nos posicionamentos
do PSB e do governador Eduardo Campos uma clara declaração de guerra e de
oposição ao PT e ao governo de Dilma”, enfatizou João Paulo. Apesar do anúncio
de ontem, a decisão abrange apenas os cargos na Secretaria de Saúde e na
Empresa Pernambucana de Transporte Intermunicipal (EPTI). O partido comanda
ainda a Secretaria de Cultura, a Fundarpe e a Secretaria Executiva de
Agricultura, no estado, além da Secretaria de Habitação na Prefeitura do
Recife.
Ligado ao ex-prefeito João da
Costa, o presidente do PT no Recife, Oscar Barreto, se posicionou contra a
entrega de cargos. Ele comanda, no estado, a Secretaria Executiva de
Agricultura, posto, segundo ele, que não será entregue mesmo que haja decisão
partidária. “Meu cargo não foi indicação do PT”, resumiu.
“Vamos tentar dialogar com eles,
Achamos que eles estão errados no princípio da política. Vamos tentar dialogar
com eles, que são parte do partido, mas que não nos reconhecem também”, disse
Barreto, que também não soube dizer quantos cargos o partido tem no governo e
na prefeitura.
As cinco tendências que
oficializaram a saída do governo foram Construindo um Novo Brasil (CNB),
Articulação de Esquerda (AE), Consciência Socialista (CS), Esquerda Popular
Socialista (EPS) e Coletivo PT Para Todos (CPT). Todas elas apoiam a
candidatura de Bruno Ribeiro, que disputa com a deputada estadual Teresa Leitão
a presidência do PT estadual.
Diario de Pernambuco
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