O INFERNO SÃO OS OUTROS - O Partido dos Trabalhadores (PT) decidiu
que vai tentar reforçar a tese de que a sigla é vítima do atual sistema
político-eleitoral brasileiro. A “constatação”, divulgada pela Folha de
S.Paulo, que surge após as prisões do ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu,
do ex-tesoureiro da legenda, Delúbio Soares, e do ex-presidente nacional do
partido, o deputado federal licenciado José Genoíno, deve ser apresentada na
primeira versão do texto-base do 5º Congresso Nacional do PT, a ser realizado
no próximo mês de dezembro, em Brasília.
Redigido pelo assessor especial
da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, o documento afirma, entre
outros pontos, que a sigla é “prisioneira de um sistema eleitoral que favorece
a corrupção”. E sem citar o esquema do mensalão, levanta a bandeira da ética
como peça fundamental na hora de estabelecer um contraponto ao maior escândalo
do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em meio as suas quase catorze
páginas, o texto reserva um espaço importante para criticar o Poder Judiciário,
ao qual acusa ser “lento, elitista e pouco transparente” e tenta estabelecer um
elo entre a atual conjuntura política e o fim da ditadura militar. “Quando
saímos da noite da ditadura, soubemos dizer ‘nunca mais!’. Agora, depois de uma
década de grandes transformações, afirmamos: ‘nunca menos!’”, diz um trecho do
documento.
E como não poderia deixar de ser,
o partido atribui à herança deixada pelo ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso (PSDB) os atuais problemas econômicos vivenciados pelo país.
O texto ainda pode ser alterado
por meio de emendas, mas salvo o caso de ser completamente reformulado, o que é
bastante improvável, fica constatado o óbvio: o Partido dos Trabalhadores vai
continuar a culpar gestões passadas pela sua incapacidade administrativa e vai
seguir afirmando que todo e qualquer membro do clã, por pior que tenha sido o
delito cometido e por ele condenado, não passa de um preso político vítima de
uma perseguição esquizofrênica.
Dez anos se passaram e o partido
ainda não assimilou que governar é trabalhar com o que se tem em mãos e não com
o que se gostaria de ter.
A CADA NOVO DISCURSO, UMA NOVA CRÍTICA - O governador Eduardo
Campos (PSB) aproveitou a inauguração do novo ambulatório do Hospital Barão de
Lucena, no Recife, para cobrar da presidente Dilma Rousseff (PT) melhor
gerenciamento na área da saúde. Crítico ferrenho da política econômica do
Palácio do Planalto, o ex-aliado ampliou o leque de reclamações e disse que
além de mais investimentos é preciso “uma boa governança, no sentido de dar
qualidade ao gasto público da área da saúde”.
COM O FILME QUEIMADO - Ao contrário da presidente Dilma Rousseff
(PT), o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), não conseguiu
aproveitar-se das manifestações ocorridas no último mês de junho para melhorar
sua imagem perante o maior colégio eleitoral do país. Informações de bastidores
revelam que o Partido dos Trabalhadores estaria de posse de uma pesquisa do Vox
Populi que revela um dado alarmante: a gestão do petista seria aprovada por
apenas 12% dos paulistanos, um índice preocupante para os marqueteiros
responsáveis pela reeleição da presidente.
CHUMBO GROSSO - A deputada estadual Teresa Leitão declarou que
enquanto presidente estadual do Partido dos Trabalhadores (PT) vai trabalhar
para que a legenda não adote uma postura passiva em relação ao Partido
Socialista Brasileiro (PSB). De acordo com a parlamentar, a sigla estuda a
melhor forma de criticar a gestão do governador Eduardo Campos, mas adiantou
que vai focar nas contradições. “Se o PSB é adversário, temos que tratá-lo como
adversário”, afirmou.
CURTAS
ENGORDANDO A OPOSIÇÃO - O vice-presidente da Caixa Econômica
Federal, Geddel Vieira Lima, deve deixar a cúpula da instituição no próximo mês
de dezembro para cair na estrada como candidato do PMDB ao Governo da Bahia. A
ideia é que, uma vez fora do governo, o caminho fique livre para engrossar o
coro oposicionista ao lado do senador mineiro Aécio Neves (PSDB) ou do
governador Eduardo Campos (PSB).
RACISMO? - Casou polêmica a decisão da Fifa de substituir os atores
Lázaro Ramos e Camila Pitanga pelo casal Fernanda Lima e Rodrigo Hilbert para
conduzir a cerimônia de sorteio das chaves da Copa do Mundo de 2014. Grupos
ligados à luta contra o racismo questionam a postura do órgão e aumenta o
número de usuários nas redes sociais que acusam a federação de preconceito.
PERGUNTAR NÃO OFENDE: O que o PPS tem a ganhar caso opte por lançar
um candidato próprio ao Palácio do Planalto em 2014?



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