terça-feira, 22 de julho de 2014

Alisson Jerrar vai a julgamento popular em setembro por matar alcoolizado no trânsito

Veículo das vítimas ficou destruído. Fotos JC IMagem
Um dos casos de maior repercussão do Recife envolvendo álcool e direção está mais perto de um desfecho. 

Foi marcado para os dias 24 e 25 de setembro o julgamento por homicídio doloso (com intenção) do então estudante Alisson Jerrar, acusado de matar num acidente de trânsito a auxiliar de enfermagem Aurinete Gomes de Lima dos Santos, 33 anos, ferir gravemente o marido dela, Wellington Lopes dos Santos, e a filha do casal, que escapou por pouco. Jerrar foi denunciado por dirigir alcoolizado e avançar o semáforo do cruzamento da Avenida Domingos Ferreira com a Rua Ernesto de Paula Santos, em Boa Viagem, na ZONA SUL do Recife, no início da manhã do dia 13 de dezembro de 2008, provocando a colisão.

O julgamento acontecerá na 2ª Vara do Tribunal do Júri do Recife, no Fórum do Recife, sob o comando do juiz Jorge Luís dos SANTOS Henriques. Está previsto para começar às 9h. O julgamento acontece seis anos depois do crime porque a defesa de Alisson Jerrar usou e abusou de todos os recursos permitidos pela Justiça para tentar desqualificar o crime de doloso para culposo, como é enquadrado a maioria dos casos de acidentes de trânsito. Apresentou recursos de primeiro e segundo grau, ou seja, apelou ao Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e, por fim, ao Supremo Tribunal Federal (STF), perdendo em todos os níveis.

Alisson Jerrar foi denunciado por homicídio doloso e está sendo submetido a um júri popular pelo chamado dolo eventual, qualificado pelo fato de ele estar alcoolizado no momento do acidente. 

O dolo eventual é quando, mesmo sem ter a intenção de matar, a pessoa assume o risco com atitudes perigosas. No caso, a embriaguez, que o teria feito avançar o semáforo de um dos cruzamentos mais importantes de Boa Viagem – a Rua Ernesto de Paula Santos é a principal ligação da Zona Oeste com a ZONA SUL. 

A Justiça decidiu que Jerrar iria a júri popular, numa sentença do mesmo juiz que irá comandar o julgamento, dada em outubro de 2010. Mas o réu teve permissão para aguardar o julgamento em liberdade. Além do homicídio, Alisson Jerrar também responde às acusações de tentativas de homicídio doloso contra o marido da enfermeira e a filha dela.

A decisão de levar o réu a júri popular atendeu ao pedido do Ministério Público de Pernambuco (MPPE).  A  Promotoria denunciou o rapaz alegando que o  denunciado trafegava em alta velocidade e sob efeito de bebida alcoólica. A investigação foi polêmica e os TRABALHOS da Polícia Civil de Pernambuco tiveram que ser refeitos pela Polícia Federal, que concluiu que o comerciante avançou o sinal vermelho a 110 quilômetros por hora.

Antes de indiciar Jerrar pelo crime, a polícia chegou a apontar Wellington Evangelista como o responsável pelo acidente. Isso porque um erro de cálculo da perícia deu a entender que ele teria avançado o sinal vermelho. O engano foi desfeito e o marido da vítima, inocentado.


Jornal do Commercio

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