sábado, 8 de novembro de 2014

Do blog do Magno Martins: Coluna do sabadão

QUEBRADEIRA NOS ESTADOS - Boa parte dos governadores eleitos deve herdar Estados endividados. Segundo levantamento do portal G-1, que o governador João Lyra Neto (PSB) nega, Pernambuco tem uma dívida da ordem de R$ 8 bilhões.  No Distrito Federal, a equipe de transição do socialista Rodrigo Rollemberg diz que a dívida é de R$ 2 bilhões. O governo atual nega esse número.

O fato é, em muitos Estados já falta dinheiro até para pagar funcionários públicos e fornecedores. Isso sem contar com dívidas milionárias, a longo prazo, com o Tesouro Nacional e com bancos. Em Sergipe, o carro que transporta presos parou por falta de gasolina. O Estado não tem dinheiro para o abastecimento. Para o carro andar, segundo o G-1, servidores pagaram do próprio bolso.

No Piauí, empresários que prestam serviço para o Estado foram pessoalmente pedir o acerto de contas. É isso que acontece com quem gasta mais do que podia. O que é comum principalmente em fim de governo, segundo economistas. E a situação é pior porque os Estados ainda têm outras dívidas, milionárias, de longo prazo, como as feitas com bancos e com o Governo Federal.

Dos 18 Estados que já apresentaram os dados ao Tesouro Nacional até agosto, seis estão, no momento, com uma dívida com o Governo Federal maior do que quando os governadores assumiram, segundo estudo do economista do IPEA, Alexandre Manoel. São eles: Amazonas, Ceará, Espírito Santo, Pernambuco, Piauí e Tocantins.

O Governo do Piauí diz que grande parte de sua dívida foi provocada pela queda no fundo de participação do Estado e reconhece que alguns débitos vão ficar para a próxima gestão. Já o Estado do Rio de Janeiro está quebrado. Mesmo ainda recebendo muito dinheiro em royalties do petróleo por ano, fora os repasses federais e dos impostos, as finanças estaduais vão de mal a pior.

A dívida pública, que era de R$ 48 bilhões em 2006, quando a governadora Rosinha Garotinho deixou o governo, passou para R$ 81 bilhões em fevereiro deste ano, um mês antes do governador Sérgio Cabral deixar o cargo para o vice, Luiz Fernando Pezão.

No Mato Grosso, o governador eleito de MT, Pedro Taques (PDT), vai encontrar um Estado quebrado, como afirmou o prefeito de Rondonópolis, Percival Muniz (PPS), um de seus maiores aliados na campanha vitoriosa. Além de faltar dinheiro em caixa, Taques vai ver que as dívidas passam de R$ 9 bilhões. As obras da Copa (quase todas inacabadas) com problemas técnicos de execução, além de suspeitas de superfaturamento serão outra dor de cabeça.

ESQUEMÃO – O que todo mundo sabe em Brasília é que os servidores do Senado são detentores dos maiores salários da corte, mas os da Câmara também não ficam atrás: funcionários de 135 deputados federais doaram para seus chefes R$ 1,38 milhão nas eleições. Políticos de PT, PSDB, PSD, PCdoB, PR, PDT e PSOL receberam dinheiro de 360 assessores, segundo o site Congresso em Foco”. Rubens Otoni (PT-GO), Mário Couto (PSDB-PA) e Chico Alencar (PSOL-RJ) foram os campeões de doações.

NORDESTE DESPREZADO – As lideranças do PT no Nordeste, com exceção do governador da Bahia, Jacques Vagner, com assento garantido na Esplanada, desconfiam que a presidente Dilma tende a fazer um paulistério, ou seja, aproveitar mais petista de São Paulo, onde perdeu a eleição, do que mesmo do Norte e Nordeste, onde venceu.

RESISTÊNCIA PETISTA – A bancada do PT no Congresso se opõe à ideia do ex-presidente Lula de bancar a indicação de Henrique Meirelles para o Ministério da Fazenda. 'Não há motivo para escolher um ministro com ficha de outro partido,' diz um deputado petista, referindo-se a filiação de Meirelles ao PSDB e mais tarde ao PSD.

CRISE BRABA – Há uma crise latente na mídia impressa no País. Reflexo disso está nas demissões ocorridas na Folha de São Paulo, um dos maiores jornais do País. Depois de um anunciar a degola de 15 profissionais, a FSP demitiu, ontem, dois ícones da área política: Eliane Cantanhede e Fernando Rodrigues, ambos colunistas dos mais lidos.

OSSO DURO DE ROER – O deputado federal eleito Zeca Cavalcanti (PTB) terá dificuldades para impor uma derrota à prefeita Madalena Brito, eleita dentro da composição do seu grupo, tendo rompido após a eleição presidencial de segundo turno. É voz corrente na cidade que a popularidade da prefeita é muito alta e deve ser reeleita facilmente.

CURTAS

CASSAÇÃO – Os deputados eleitos pelo PR ligados a Inocêncio Oliveira temem deixar o partido se Anderson Ferreira, o interventor no diretório estadual, ganhar a batalha final, marcada para a próxima semana, porque podem ser objetos de processos de cassação de mandato impetrados por suplentes.

FILHO – Em entrevista, ontem, à Rádio Cultura do Nordeste, de Caruaru, o senador eleito Fernando Bezerra Coelho (PSB) negou que o filho Fernando Filho, reeleito deputado federal, tenha interesse em ocupa uma secretaria no Governo Paulo Câmara. “Fernando está entusiasmado com o Congresso”, garante.

PERGUNTAR NÃO OFENDE: Lula vai conseguir dobrar a bancada do PT no Congresso e bancar Meirelles para a pasta da Fazenda?


'Em vindo a soberba, virá também a afronta; mas com os humildes está a sabedoria'. (Provérbios 11-2)

Nenhum comentário: