Aproximadamente
nove em cada dez municípios brasileiros não atingiram o percentual mínimo de
alunos com desempenho adequado em matemática no 9º ano do ensino fundamental,
segundo os parâmetros do movimento Todos pela Educação para 2013. De acordo com
o movimento, 10,8% dos municípios atingiram a meta intermediária calculada para
que, em 2022, bicentenário da Independência do Brasil, pelo menos 70% dos
alunos tenham aprendizado adequado.
O
Todos pela Educação considerou os resultados da Prova Brasil de 2013, os
últimos disponíveis. Em matemática, 10,8% atingiram a meta intermediária. Em
português, esse percentual foi 29,6% dos municípios. As metas variam de acordo com o ano, a
disciplina e a localidade. As metas intermediárias podem ser consultadas no
site do movimento.
Desde
2011, o movimento tem verificado a queda do percentual dos municípios que
conseguem cumprir as metas intermediárias em ambas as disciplinas. Para se ter
ideia, em 2009, 83,7% dos municípios
cumpriram a meta para o ano em português no fim do ensino fundamental e 42,7%
em matemática.
"Não
é que os municípios estejam piorando, mas o que estamos observando é que não
estamos melhorando", analisa a coordenadora-geral do Todos Pela Educação,
Alejandra Meraz Velasco. "Isso acende um alerta. Tinha-se a expectativa de
que os bons resultados que vêm sendo observados nos anos iniciais teriam
repercussão nos anos finais, que começariam a melhorar, mas não é isso que vem
se verificando. Chega ao ensino médio um aluno que não tem condições de
acompanhar a etapa", acrescenta.
O
Brasil não tem, oficialmente, metas claras do que deve ser aprendido em cada
nível de ensino. Em matemática, no 9º ano, o Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) considera nove níveis de
desempenho na Prova Brasil, sem definir qual é o adequado. Para o movimento
Todos pela Educação, o desempenho adequado é igual ou maior que 300, que
corresponde, no mínimo, ao nível cinco do Inep. Para português, o desempenho
considerado adequado é igual ou superior a 275, que corresponde no mínimo ao
nível quatro dos oito considerados pelo Inep.
Segundo
Alejandra, "não há bala de prata para solucionar a questão". Ela
defende que esses resultados reforçam que é preciso pensar políticas públicas
específicas para os anos finais do ensino fundamental. A formação de
professores e a definição de uma base nacional comum seriam questões-chave.
"A formação dos professores é, sem dúvida, a mais importante, a que mais
se aproxima de uma bala de prata. Uma base nacional comum ajuda a definir
melhor o currículo de formação dos professores e ajuda o professor a ter
clareza do que trabalhar em sala, além dos pais, a terem uma ideia mais
objetiva do que deve cobrar da escola".
Nos
anos iniciais do ensino fundamental, segundo o movimento, 48% dos municípios
atingiram a meta intermediária para o ano em português e 61,7%, em matemática,
com base no desempenho do 5º ano.
Agencia Brasil
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