Exposição
itinerante e gratuita está na capital a partir deste sábado (11).
Público
poderá jogar games clássicos, dos antigos aos modernos.
Há
mais de quarenta anos, em março de 1972, o primeiro videogame do mundo era
lançado. O Magnavox Odyssey era bastante diferente dos consoles que estamos
acostumados a ver. No lugar de ambientes gráficos e sons detalhados, o Odyssey
gerava apenas dois quadrados em uma tela em preto e branco - e, mesmo com tanta
limitação, foi a partir dele que outros videogames foram sendo lançados.
O
Odyssey é apenas um dos cerca de 200 videogames que fazem parte do Museu do
Videogame Itinerante, que chega ao Recife neste sábado (11). A exposição, que
conta com os consoles da coleção do jornalista sul-mato-grossense Cleidson
Lima, que também é o curador do evento, procura contar a história do videogame
e fica aberta ao público até o dia 26 de abril, com uma programação que inclui
disputas, concursos, oficinas e vários games de diversas gerações disponíveis
para ‘degustação’.
“É
um evento meio louco. A gente traz a geração mais nova de videogames, mas traz
também games desde a época do Atari, nos anos 70. Então aquele pai que
geralmente não vai aos eventos chega lá e encontra o River Raid, o Pac-Man,
games da época em que ele era criança. E o filho chega e se depara com o
PlayStation 4, que é da geração dele”, conta o curador.
O
Museu do Videogame Itinerante será instalado na Praça de Eventos do Shopping
Recife, dentro da ação Shopping Recife Gamer. O público poderá jogar os
clássicos dos anos 70, 80, 90 e 2000, como o Atari 2600 (1976), o Nintendinho 8
bits (1985) e o Super Nintendo (1990), além de games históricos, como o Super
Mario Bros e The Legend of Zelda. Outras dezenas de consoles estarão espalhados
pelo shopping, contando um pouco da história e dos detalhes técnicos dos
equipamentos. A entrada é gratuita.
Além
disso, a ação também promoverá outras atividades, como o lançamento do jogo
Mortal Kombat X, na quinta-feira (16), e campeonatos de cosplay e de jogos.
Haverá ainda oficinas de desenho tradicional e escultura. As inscrições para essas
atividades podem ser feitas através do site do Shopping Recife.
História
A
coleção de Cleidson Lima começou, oficialmente, em 2004, mas, antes disso, ele
já tinha dezenas de videogames. “Sempre gostei de videogames, desde que eu
tinha menos de dez anos de idade, e quando eu me dei conta já estava dividindo
minha casa com mais de 100 videogames”, conta o jornalista. A transformação em
museu aconteceu em 2011, em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, onde o
colecionador mora. “Em 15 dias, tivemos 70 mil visitantes e todos os anos
fazíamos a exposição. Neste ano, já foram 195 mil visitantes”, destaca.
A
ideia do Museu do Videogame é, de fato, ser itinerante. “A previsão é de que,
neste ano, a gente vá de oito a dez destinos”, explica o curador. Em Campo
Grande, os consoles ficam guardados em um depósito, já que o museu não tem sede
fixa. Mesmo assim, a iniciativa foi premiada pelo Ministério da Cultura com o
Prêmio Brasil Criativo, em 2014, que selecionou projetos de economia criativa
no país.
Com
a instalação do Museu do Videogame Itinerante no Recife, é apenas a segunda vez
que o acervo sai de Campo Grande - antes da exposição que começa neste sábado
(11), o museu passou por Londrina, no Paraná. “A empolgação foi um critério de
desempate para escolher o destino do museu. O perfil tecnológico do
pernambucano é impressionante, parece que as pessoas já nascem gostando de
games, e isso nos motiva muito a trazer o evento”, comenta Cleidson.
Games
Do
primeiro videogame fabricado no mundo, o Magnavox Odyssey, até consoles
modernos como PlayStation e Xbox: são diversas as relíquias que compõem o Museu
do Videogame. Também faz parte do acervo o primeiro videogame fabricado no
Brasil - o Telejogo Philco Ford, de 1977 - e o primeiro que aceitava cartuchos
de jogos, o Fairchild Channel F (1976), além de outros consoles, como o Atari
Pong (1976), e o Nintendo Virtual Boy (1995), que utilizava tecnologia 3D.
“Para
um colecionador, quanto mais fracassado o videogame for, melhor, pois quanto
mais fracassado, menos conhecido ele é. Temos consoles raros como o Coleco
Telstar Arcade, de 1977, que era bem estranho”, explica Cleidson. Faz parte da
exposição ainda o único videogame produzido pela Apple, o Bandai Pip Pin Atmark
(1995) e o R.O.B (1985), um robô lançando juntamente com o Nintendo 8 bits.
“Tem videogames que comprei no Japão, nos Estados Unidos, na Europa. Os maiores
tesouros estão dentro dos guarda-roupas das avós, também. O legal do
colecionismo é isso, garimpar”, diz o colecionador.
Exemplo
disso é a coleção do empresário Esdras Serrano, 38 anos. Dentre os mais de cem
videogames que possui está um Game Gear White, um console raro da década de
1990, que foi produzido em edição limitada e não chegou a ser vendido, sendo
distribuído apenas entre os produtores e executivos da empresa desenvolvedora.
“Comprei pelo Facebook, mesmo. Foi sorte, porque é um videogame muito valioso,
não foi lançado ao público”, explica.
Além
do Game Gear White, outros sete videogames da coleção de Esdras também estarão
expostos no Museu do Videogame e podem seguir também para os outros destinos da
exposição. “Estamos conversando, negociando, para ver se os videogames seguem
junto com a exposição, porque tenho alguns consoles que o acervo do museu não
tem”, conta o colecionador.
Serviço
Museu
do Videogame Itinerante / Shopping Recife Gamer
De
sábado (11) a 26 de abril, das 13h às 21h
Na
Praça de Eventos do Shopping Recife - Rua Padre Carapuceiro, 777, Boa Viagem
Entrada
gratuita
Do
G1/PE
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