quinta-feira, 4 de agosto de 2011

FERNANDO PESSOA


FERNANDO PESSOA

É considerado o mestre dos heterônimos, um grande poeta   português. Calmo e de grande sabedoria é conciliado consigo mesmo. Foge para o campo, pois admira a natureza e busca atingir a mesma impassibilidade dos elementos naturais. O alvo de sua criação poética é a realidade pura, sem símbolos de qualquer espécie. È um poeta materialista, que duvida da existência de uma alma no ser humano.

“Quem me dera que eu fosse o pó da estrada
E que os pés dos pobres me estivessem pisando...
Quem me dera que eu fosse os rios que correm
E que as lavadeiras estivessem à minha beira...
Quem me dera que eu fosse os choupos à margem do rio
E tivesse só o céu por cima e a água por baixo...
Quem me dera que eu fosse o burro do moleiro
E que ele me batesse e me estimasse...
Antes isso que ser o que atravessa a vida
Olhando para trás de si e tendo pena...”

Do livro: “O Guardador de Rebanhos” de Alberto Caeiro (heterônimo de F. Pessoa).

“Se eu pudesse trincar a terra toda
E sentir-lhe uma paladar,
Seria mais feliz um momento...
Mas eu que nem sempre quero ser feliz.
É preciso ser de vez em quando infeliz
Para se poder ser natural...

Nem tudo é dias de Sol,
E a chuva, quando falta muito, pede-se.
Por isso tomo a infelicidade com a felicidade
Naturalmente, como quem não estranha
Que haja montanhas e planícies
E que haja rochedos e erva...

O que é preciso é ser-se natural e calmo
Na felicidade ou na infelicidade,
Sentir como quem olha,
Pensar como quem anda,
E quando se vai morrer, lembrar-se de que o dia morre,
E que o poente é belo e é bela a noite que fica...
Assim é e assim seja...

Do livro: “O Guardador de Rebanhos” de Alberto Caeiro (heterônimo de F. Pessoa).

POSTADO POR NOSSA CORRESPONDENTE WALKÍRIA ARAÚJO DIRETO DE JABOATÃO DOS GUARARAPES

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