domingo, 23 de outubro de 2011

INSALUBRIDADE NA SAÚDE EM VITÓRIA DE SANTO ANTÃO II


A CÓLERA – MORBO- VITÓRIA DE SANTO ANTÃO -  PARTE 2

Dos últimos meses de 1855 aos primeiros de 1856, grassou no Brasil a CÓLERA-MORBO, causando milhares de vítimas fatais.

Na Província de Pernambuco, foi à cidade da VITÓRIA a mais atingida.
Aos primeiros indícios de aproximação desse terrível mal, endereçou a Câmara ao Governo Provincial, em 03 de Outubro de 1855, o seguinte ofício:

“A Câmara Municipal da cidade da Vitória leva ao conhecimento de V. Exa. Que, desejando acautelar, quanto está ao seu alcance, que o flagelo da peste, se por infelicidade nossa, (o que Deus não permita), atacar esta bela província, ache esta cidade em um estado de limpeza tal que não possa aumentar os seus estragos, tem tratado, com todo cuidado, de mandar proceder, em todas as ruas, becos e quintais, a uma rigorosa limpeza, arredando todos os lixos e impuridades, que pelas suas exalações podem contribuir para maior infecção do ar; também tem providenciado sobre o asseio das águas do Tapacurá, de que se servem os povos desta cidade... tem escolhido um terreno para um cemitério espaçoso, como também casas para Lazareto, onde sejam tratados os indigentes que forem atacados.

Devendo, porém, o local do Cemitério, do qual se deve tratar, ser amurado, e não podendo, presentemente esta Câmara comportar com as despesas necessárias, por se achar-se sobrecarregada mais com a edificação do novo Açougue, e fazendo outras como do asseio da Cidade, além das ordinárias (...) e ao mesmo tempo prevenir a V. Exa. Sobre o lazareto, para subministrar-lhe camas, médico e medicamentos, no caso não esperado, que aqui apareça tão terrível hóspede.
“Enfim, Exmo. Snr., a Câmara Municipal, desprezando esses dictérios que são inseridos no Diário de Pernambuco sob o anônimo do “Victoriense”, vai andando seu caminho, cuidando, quanto possível lhe é no melhoramento do seu município e máxime da cidade.”

Logo que apareceram os primeiros casos de Cólera no território Pernambucano, sem que tivesse, até então, recebido qualquer auxílio do Governo, alarmada, volta a Câmara, em 12 de dezembro do mesmo ano, a implorar:

“Correndo por esta cidade a notícia de que, na povoação do Altinho, se desenvolvera o terrível flagelo do Cólera, e não estando muito distante de nós esse incomodatício visitante, pareceu, ao presidente desta Câmara Municipal dirigir-se a V. Exa. Pedindo a vinda de um médico e competente Ambulância; e também requisitar a V. Exa. Cem arrobas de alcatrão para queimar-se nas ruas da cidade.

Aqui se têm desenvolvido esta semana as diarréias, que talvez sejam devidas à estação assas calmosa, e à impuridade das águas.

“Releva dizer a V. Exa. Que a vinda do médico não é só uma medida preventiva, como animadora da população”.
Nada fez o Governo, sobrecarregado de apelos da província inteira, para atender aos reclamos da Câmara.

TEXTO ORIUNDO DO LIVRO HISTÓRIA DA VITÓRIA DE SANTO ANTÃO-PE DO PROFESSOR JOSÉ ARAGÃO.

POSTADO POR JOHNNY RETAMERO EM PARCERIA COM MARIA PEREIRA 

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