quarta-feira, 12 de outubro de 2011

“O ultimo dos Moicanos”

Cheguei tarde, quase perdi a hora, mas felizmente não perdi a reunião da última quarta feira (05), na Câmara de Vereadores da Vitória de Santo Antão, onde aconteceu de tudo, pena que o povo pouco sabe e pouco se interessa por quem conduz os destinos de nosso Município.

"Não Aguento mais a câmara precisa ter vergonha, precisamos levantar a moral da casa Diogo de Braga."
O que era pra começar no horário regimental, ou seja, às 20h teve início por volta das 20h40. Como sempre, alguns vereadores não se fizeram presentes, desta vez Silvio Gouveia e Everaldo Arruda, outros chegaram ao decorrer da sessão, mais adiante jornalistas foram sentando-se à Mesa diretora Tirando fotos para postar em seu Orkut, pessoas caminhando pelo meio da sessão tirando fotos brincando e se divertindo onde só poderiam estar funcionários e parlamentares enquanto os destinos de nossa cidade estão sendo definido. O fato é que a cada dia a Casa Diogo de Braga deixa a desejar aos vitorienses.
Devido à ausência do vereador Silvio Gouveia, Mano Holanda assumiu a 1° secretária da mesa, ao fazer a leitura da ata da sessão anterior o parlamentar a fez de uma forma tão resumida que ninguém entendeu o que estava sendo apresentado, por esse motivo as discussões começaram cedo, Pedro Queiroz criticou a forma com que as leituras vêm sendo realizadas, não apenas por Mano nesta noite, mais também, por Silvio Gouveia, que também a faz de forma resumida.
Queiroz afirma que a Ata é o documento mais importante da Câmara e que por ela podem passar coisas de forma despercebida podendo ocasionar futuros problemas para o Município, citando o caso de uma doação de 10 hectares de terra ao empresário Genaro da Pedreira que não foi mencionada por Mano Holanda na Leitura da ata, Pedro menciona os impactos ambientais que o empreendimento pode causar no município, logo a doação tem que ser mais apreciada pelo poder público, por fim o vereador solicita copia das atas de sessões anteriores para analisar se suas palavras não foram postas de forma incorreta.

“A mesa tem que respeitar o Vereador para que o Vereador respeite a mesa, por isso que a casa está desmoralizada”, afirma o parlamentar.
Também discutindo a ata, Geraldo Enfermeiro concorda com Pedro Queiroz, ele afirma que "a mesma vem sendo tratada pelos seus leitores com pouca importância".
Em seguida na leitura do expediente, o qual o vereador Mano Holanda fez de forma completa, foram apresentadas algumas informações que haviam sido solicitadas anteriormente mediante ofício pelos parlamentares da Casa Diogo de Braga.
Sobre as obras da Praça da Matriz de Santo Antão, a demora ocorreu devido à morosidade por parte da Caixa Econômica Federal em repassar os recursos a Prefeitura, por isso à mesma resolveu concluir a obra com recursos próprios, outra informação foi a respeito das doações de terrenos, realizadas pela Prefeitura, nessas constam que os terrenos que já perderam o prazo para a construção, devem ser devolvidos ao município e outros que ainda estão em seu prazo legal.
O vereador Pedro Queiroz inicia seus pronunciamentos da noite, cobrando postura da Câmara de vereadores em relação à doação de terrenos, dizendo que: "a mesma não pode se render a vontade de empresários e prefeito".
 “A decisão foi tomada por um colegiado, não podemos ficar de quatro diante dos interesses particulares de ninguém” afirma o vereador.
Quanto ao relatório enviado pela prefeitura para ele, o mesmo não satisfaz o pedido da câmara, pelo contrário endossa ainda mais à necessidade de que a casa aprecie com calma essas doações.
Segundo o parlamentar, nos relatórios existem várias doações que estão fora do prazo, por isso os terrenos devem voltar para o município, Pedro sugeriu que a casa Diogo de Braga continue sem aprovar doações enquanto a situação não for resolvida.
Finalizando Pedro Queiroz pontuou sobre Matadouro Público de Vitória de Santo Antão que está prestes a ser fechado, e com a transferência do abate para o Município de Escada, devido aos custos, o preço da carne pesará mais no bolso dos vitorienses, alertando que o povo não está atento ao fato, sua sugestão é que se privatize o matadouro municipal, evitando que o gado seja enviado ao Município de Escada para ser abatido.
Fazendo uso da tribuna, o vereador Novo da Banca, anunciou sua filiação ao PSD, partido liderado na cidade pelo grupo do Prefeito Elias Lira, após dez anos de filiação ao PSB três mandatos consecutivos todos no palanque de José Aglailson Novo da Banca parte para uma nova fase de sua trajetória política.
Quanto ao oficio enviado pela Prefeitura que se refere à doação de terrenos, Novo acredita que a câmara foi atendida em sua solicitação e por isso apelou pela aprovação das doações que vem se arrastando desde as seções anteriores.
Por meio de um aparte o Vereador Irmão Duda de forma costumeiramente desconexa, se refere a este caso como uma novela que tem que acabar o mais rápido possível, neste momento o vereador Pedro Queiroz o interrompe.  


“Vereador me desculpe mas aqui não existe nenhuma novela, esta Casa está sendo transformada em delegacia para discutir casos particulares, o vereador está vendo muita televisão, o que está havendo aqui é um processo de doação de terras do município, processo que está contrariando uma decisão da casa, não existe nenhuma novela”
Usando seu tempo livre, André de Baú ocupa a tribuna apenas para apoiar o vereador Novo da Banca, segundo ele as informações enviadas pela prefeitura foram suficiente, Pedro Queiroz esclarece que para ser votada a doação dos terrenos a casa deve revogar o acordo que impede que as mesmas sejam feitas até que as solicitações feitas pela casa sejam atendidas.
Encerrando as discussões, Geraldo Enfermeiro apóia Pedro Queiroz e critica a gestão de Elias Lira, ele não concorda com a doação das terras até que o secretário de planejamento preste esclarecimentos a câmara, para ele essa medida é moralizadora e não pode ser derrubada.
Em meio a muitas discussões e opiniões divergentes o Presidente da Casa Legislativa, José Aglailson, de forma confusa e desconexa aparentando não saber bem o que estava fazendo coloca em votação a revogação do acordo que impedia a aprovação de doações de terrenos, o mesmo foi aprovado e logo em seguida os projetos de doação foram aprovados, a sessão foi encerrada sendo a próxima marcada para o dia 19 do mês corrente.
Por Everton Alambergue

2 comentários:

Anônimo disse...

parabéns ao reporter coerencia e alegria na escrita.

Anônimo disse...

O que não vejo muitas cobranças é em relação a reforma na Câmara de Vereadores, o prazo e o recurso aplicado...

Falam muito da praça, mas o dinheiro da Câmara também sai do nosso bolso!!!