sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Integração Nacional: Governador diz que PE está sendo penalizado com acusações a Bezerra


Do G1

A presidente Dilma Rousseff antecipou o retorno das férias por causa das enchentes e para tratar do mal estar no PSB, partido do ministro Fernando Bezerra.

Na quinta-feira (5), o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, não quis gravar entrevista. No fim da tarde, ele viajou para o Rio de Janeiro, onde se encontrou com o governador Sérgio Cabral Filho.

Convocado pela Casa Civil, Bezerra suspendeu as férias e voltou na quarta-feira a Brasília, onde deu explicações sobre o suposto favorecimento a Pernambuco, na liberação da verba para combate e prevenção de desastres naturais. Segundo um levantamento da ONG Contas Abertas, 90% destes recursos foram direcionados para o estado natal do ministro.

O ministro disse que a presidente Dilma sabia sobre a liberação dos recursos do ministério e afirmou que não admitia intervenção. “O que não podemos aceitar é perda de autonomia do Ministério da Integração. Ou eu sou chamado para cumprir tarefa e com a missão e com as atribuições e responsabilidades bem definidas, ou não me chamem para cumprir meia tarefa”, declarou.


A cobrança ao ministro provocou mal estar entre os aliados. “Uma cobrança nesse momento é inoportuna e despropositada. Principalmente partindo de um governo onde o ministro Fernando Bezerra tem sido tão destacado, justamente pelas ações de prevenção”, afirma o deputado Júlio Delgado.

Para minimizar as críticas, a ministra Gleisi Hoffmann divulgou nota afirmando que ele continuava à frente dos programas do ministério.

O presidente do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, teria ficado irritado por considerar interventória a atitude do Palácio do Planalto, que interrompeu as férias de Bezerra para que ele explicasse a distribuição das verbas. Ele considerou que o ministro estaria sendo submetido a um processo de desgaste às vésperas da reforma ministerial.

Mas nesta quinta-feira, no Recife, Eduardo Campos negou que haja uma crise. O governador disse que Pernambuco está sendo penalizado pela competência de fazer obras que eram necessárias há décadas. “Quando a gente tira do papel um discurso, faz um projeto e percorre um caminho duro, não podemos ser acusados de estar agindo errado. Nós estamos fazendo o que os técnicos recomendam”, afirma.

O senador Humberto Costa, líder do bloco que apóia o governo, também negou que a relação entre PSB e o governo esteja ruim. Ele confirmou que a presidente Dilma assinou a ordem de serviço para obras de prevenção a enchentes. “Naturalmente que ela não faz o acompanhamento na execução orçamentária diretamente. Mas ela tem plena consciência e sabe que não houve nenhum tipo de irregularidade”, defende.

A presidente Dilma antecipou a volta das férias por causa do conflito e para monitorar de perto as ações do governo. Ela chegou no fim da tarde desta quinta-feira a Brasília e se reuniu com a ministra Gleisi Hoffmann no Palácio da Alvorada.

O ministro Fernando Bezerra negou que haja atrito com o Palácio do Planalto. Ele disse que as relações com o governo estão boas, como sempre estiveram.

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