terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

ITAÚ TEM O MAIOR LUCRO DA HISTÓRIA DOS BANCOS NO BRASIL

Da Agência O Globo

imagem: paraiba.com.br

O Itaú Unibanco teve em 2011 o maior lucro já alcançado por um banco na história do Brasil, com o resultado de R$ 14,621 bilhões anunciado nesta terça-feira, uma alta de 9,7% em relação ao desempenho de 2010 quando lucrou R$ 13,323 bilhões. O recorde anterior foi obtido pelo próprio Itaú no ano passado, segundo levantamento da consultoria Economática. O Bradesco lucrou R$ 11,028 bilhões em 2011 e a operação brasileira do Santander, R$ 3,557 bilhões. O Banco do Brasil deve anunciar o resultado financeiro do ano passado no dia 14 de fevereiro.
 
Apesar do desempenho recorde, o ganho financeiro apresentou certa desaceleração no quarto trimestre do ano passado, com o lucro de R$ 3,68 bilhões, queda de 5,4% em relação ao resultado obtido um ano antes. O freio no fim do ano foi causado pelo aumento de despesas com empréstimos de difícil recuperação e inadimplência maior.

Em termos recorrentes, que exclui reservas para contingências fiscais e outras despesas extraordinárias, o maior banco privado brasileiro, teve lucro de R$ 3,75 bilhões no quarto trimestre, alta de 10% sobre o mesmo período de 2010. No ano de 2011, o lucro líquido recorrente atingiu R$ 14,641 bilhões, aumento de 12,4%. O resultado ficou em linha com a previsão média de analistas consultados pela Reuters, que apontava para lucro de R$ 3,77 bilhões no período.

O Itaú Unibanco, maior instituição financeira privada do Brasil, está sendo acompanhado de perto pelo Bradesco, que ocupa o segundo lugar no ranking de maiores bancos privados do país. Segundo levatamento da Economática, a diferença de ativos totais dos dois bancos em 2011 foi a menor desde que houve a fusão do Itaú com o Unibanco. No quarto trimestre de 2008, os ativos do Itaú Unibanco eram 39,24% superiores aos do Bradesco. Em dezembro passado, o Itaú Unibanco registrou ativos de R$ 851,3 bilhões, 11,79% superior aos R$ 761,53 bilhões informados pelo Bradesco. Foi a menor diferença desde então, segundo a Economática.

A instituição publicou ainda que sua carteira de crédito no final de dezembro totalizava R$ 397 billhões no final de dezembro, um crescimento de 19% em doze meses. O maior volume de crédito à pessoa física do banco ainda é atrelado ao financiamento de veículos, que chegou a 31 de dezembro somando R$ 13,450 bilhões. As demais modalidades, porém, tiveram o maior crescimento no ano passado.

O volume de empréstimos por meio de cartões de crédito alcançou R$ 38.961 bilhões, 18% a mais do que em 2010, seguido por crédito pessoal, cuja alta de 47% elevou o montante a R$ 35,069 bilhões. O crédito imobiliário teve o maior percentual de aumento, de 66,7% em comparação a 2010, mas ainda é a menor carteira em volume, com R$ 13,450 bilhões destinados à pessoa física.

Apesar disso, o banco aumentou no quarto trimestre as despesas com provisão para créditos de liquidação duvidosa em 39% na comparação anual, para R$ 5,453 bilhões - pouco mais do que o total das receitas de serviços e tarifas bancárias, que ficou em R$ 5,088 bilhões no período. O total de créditos recuperados, após provisionados, foi de R$ 1,574 bilhão. Enquanto isso, o índice de inadimplência da carteira, medido pelo saldo de operações vencidas com mais de 90 dias, subiu de 4,2% para 4,9%.

"Esse comportamento é atribuído ao impacto residual das greves dos correios e dos bancários, ao aumento da inadimplência, ao crescimento da carteira de crédito e ao maior número de renegociações de créditos já baixados a prejuízo", afirmou o banco no balanço ressaltando que as renegociações foram "parcialmente compensadas pelo aumento nas recuperações de créditos decorrente do recebimento do 13º salário na economia brasileira".

A rentabilidade sobre patrimônio líquido médio anualizado (ROE) foi de 21,8% no último quarto do ano, uma queda ante os 23% do último quarto de 2010. A expectativa de analistas era de que o banco começasse a reportar melhoras em seu índice de eficiência, ponto que a própria instituição estabeleceu como uma de suas principais metas para os próximos dois anos. No quarto trimestre, o indicador foi de 47,3%, uma melhora ante os 51,9% registrados um ano antes.

Na semana passada, Bradesco e Santander Brasil frustraram o mercado ao divulgar resultados abaixo das expectativas, com uma combinação de custos maiores e inadimplência ainda em ascensão. O Itaú Unibanco encerrou 2011 com ativos totais de 851,3 bilhões de reais, um incremento de 13,3% frente a 2010.

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