Do G1, em São Paulo
imagem: g1.globo.com |
A dona de pet shop Carla Mansur, de 34 anos, sempre gostou de dançar, mas seus
105 kg tornavam impossível esse sonho.
Nove meses após fazer uma reeducação
alimentar e eliminar 42 kg, porém, ela se tornou a bailarina principal na
apresentação de fim de ano do estúdio de jazz e balé onde faz aulas duas vezes
por semana, desde março do ano passado.
“O espetáculo se chamava
‘Um sonho de Hollywood’ e o professor me ergueu no alto. Ele disse que eu
merecia depois de emagrecer tanto”, conta a moradora de Praia Grande, no
litoral sul de São Paulo.
Segundo ela, a escola de
dança a recebeu muito bem, sem discriminação por ser gorda. “Eles disseram que
tem muita mulher cheinha que dança melhor que as magrinhas”, ressalta.
A vontade de mudar
radicalmente de hábitos de vida surgiu após uma infecção urinária, que levou a
jovem a fazer um ultrassom do abdômen. O resultado veio com um achado
adicional: esteatose hepática – em outras palavras, gordura no fígado.
“Vi fotos na internet e morri de nojo. Em
estágio mais avançado, poderia ter cirrose não alcoólica. Estava detonando meu
fígado não com bebida, mas com gordura”, diz.
Foi aí que Carla resolveu
abandonar as baguetes recheadas, os sonhos, os pacotes de salgadinho, os
refrigerantes e as misturas bombásticas como sorvete com bolo de chocolate e
pudim de leite. Além disso, deixou de comprar os risoles, coxinhas, esfihas e
bolinhas de queijo vendidos à porta de seu pet shop.
“O ‘tio’ do salgado perdeu
uma freguesona. Comprava tudo de meia dúzia para cima. Ele disse que me
preferia gorda, porque agora não peço mais nada”, conta.
Antes de chegar aos 63 kg,
em 1,72 m de altura, ela ficava muitas horas sem comer – de quando acordava até
as 15h, às vezes –, só se focava no trabalho e à noite exagerava no prato, com
arroz, feijão e frituras. “Minha dedicação era 100% à loja e esquecia de mim.
Já não tinha mais vaidade”, afirma.
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Hábitos
novos
Desde janeiro de 2011, Carla passou a comer de 3h em 3h, a não tomar mais líquido junto com os alimentos e a incluir frutas e verduras na dieta.
Desde janeiro de 2011, Carla passou a comer de 3h em 3h, a não tomar mais líquido junto com os alimentos e a incluir frutas e verduras na dieta.
“Hoje como berinjela,
rúcula, espinafre, agrião. Antes eu ia à feira para comer pastel, agora vou
para comprar coisas saudáveis”, revela.
Atualmente, ela toma mais
água, consome menos sal e prepara de manhã, antes de sair de casa, tudo o que
vai comer enquanto estiver fora. “Coloco em uma sacola o lanche da manhã, o
almoço, o lanche da tarde e chá, tudo preparado de forma bem saudável”,
destaca.
Nos intervalos entre as
refeições principais, ela come mamão, aveia, queijo branco ou torrada. Algo
parecido com o que inclui no café da manhã: frutas, cereais como granola e
leite quente com canela em pó. “A canela tira minha vontade de doce, que
aumenta muito na época da TPM”, diz.
Blog
e roupas menores
Para ajudar as clientes e outras pessoas a emagrecerem, Carla criou o blog Magra depois dos 30, em que conta como perdeu peso e qual cardápio costuma seguir.
Para ajudar as clientes e outras pessoas a emagrecerem, Carla criou o blog Magra depois dos 30, em que conta como perdeu peso e qual cardápio costuma seguir.
“Já teve gente que apareceu
lá com 10 kg a menos e disse que foi incentivada pela minha história”, conta.
Das roupas antigas, ela
guardou apenas três peças, que de vez em quando prova para lembrar do espaço
que ocupava. “Apertei tanto uma calça que os dois bolsos de trás se juntaram.
Como perdi todo o guarda-roupa, minhas primas, tia e cunhada fizeram um mutirão
para me doar roupas até eu estabilizar no peso”, afirma.
A maior vitória da moradora
de Praia Grande – que foi magra até os 23 anos, mas tem a mãe, tias, prima (que
operou o estômago) e o marido obesos –, para ela, foi entrar em uma calça
skinny tamanho 40 após já ter usado 56.
“Não adianta ninguém falar,
a gente tem que acordar”, conclui.
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