Da Agência Estado
imagem: nossoespacosk.blogspot.com |
Medicamentos com
preço controlado pelo governo deverão ter um aumento máximo em torno de 5,4%,
avalia o presidente da Associação Pró-Genéricos Odinir Finotti.
A previsão é
feita com base no Fator de Produtividade, o índice calculado pela Câmara de
Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), publicado no Diário Oficial.
O
índice foi de 6,10%. Para cálculo exato, no entanto, é preciso aguardar a
divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de fevereiro.
"Nossa estimativa é de que o aumento máximo seja em torno de 5 4%. Para
remédios que não têm concorrência no mercado, a previsão é de que o índice seja
negativo em 0,3%, ou seja, redução de preço", disse.
O reajuste entra em
vigor a partir de 31 de março. As regras da CMED valem para cerca de 20 mil
itens, como antibióticos e remédios de uso contínuo. Medicamentos de alta
concorrência, fitoterápicos e remédios homeopáticos não precisam obedecer estes
indicadores.
O cálculo do índice de reajuste é feito a partir de uma série de fatores. O
IPCA acumulado entre março de 2011 e fevereiro de 2012 será um deles. Além
disso, são levados em conta a competitividade do remédio no mercado e o nível
de participação de genéricos nas vendas. O ganho de produtividade, índice
divulgado ontem, é outro fator importante para o cálculo. Os indicadores são
usados para fixar três faixas de ajuste: quanto maior a competitividade, maior
o aumento autorizado.
O Secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da
Saúde, Carlos Gadelha, afirma que o índice de produtividade 6,1% é um dos mais
altos registrados, desde que o novo cálculo passou a ser feito. O alto
porcentual, em sua avaliação, é resultado de um aumento do acesso da população
a medicamentos. "Nos anos 90, o faturamento do setor se alterava apenas
com preço. Agora, há um aumento significativo da produção", diz.
Gadelha afirma que em 2006, o mercado produzia em média 1,4 bilhão de unidades
de medicamentos. Em 2010, esse valor passou para 2 bilhões. O secretário lista
três fatores responsáveis por essa mudança: aumento de genéricos no mercado,
aumento de compras do governo e farmácia popular. "Isso se reflete no
índice de produtividade, que agora é divulgado".
Com informação sobre o valor do IPCA de fevereiro, CMED deverá divulgar o valor
exato das três faixas de reajuste de remédios. O porcentual indicado, no
entanto, não significa aumento imediato. Empresas têm de apresentar à câmara um
relatório informando os porcentuais que irão aplicar. Se quiserem, elas podem
optar por um preço mais baixo. O valor estabelecido pela CMED é o teto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário