Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O presidente da
Federação Internacional de Futebol (Fifa), Joseph Blatter, cobrou hoje (30)
mais ação do governo brasileiro na organização da Copa do Mundo de 2014.
“Estamos esperando atos [do
Brasil] e não somente palavras”, disse o suíço, durante entrevista à imprensa
após reunião do Comitê Executivo da Fifa em Zurique, na Suíça, sede da
federação.
Blatter disse ainda não estar
satisfeito com o andamento das obras de infraestrutura para o mundial. “Agora a
bola está no campo [do Brasil]”.
Sobre o mal-estar causado por
declarações do secretário-geral da organização, Jérôme Valcke, Blatter declarou
que o “caso está encerrado” e deixou claro que Valcke continua como
interlocutor da entidade com o governo brasileiro. “Temos confiança em nosso
secretário-geral”.
Diante da demora na votação da
Lei Geral da Copa e de algumas obras de infraestrutura, Valcke declarou que o
Brasil parecia estar mais preocupado em ganhar a competição do que em
organizá-la. Disse ainda que o país precisava de “um chute no traseiro”, de
acordo com interpretação do Ministério do Esporte brasileiro. Para Valcke, a
frase, traduzida do francês, significava apenas que o país precisava de um
"empurrão".
As declarações irritaram o
governo e parlamentares, o que acabou obrigando a um encontro de Blatter com a
presidenta Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto, para acalmar os ânimos. Na
ocasião, o suíço disse ter confiança no
país para a realização do mundial.
Na última quarta-feira (28), a
Câmara dos Deputados aprovou a Lei Geral da Copa, que autoriza a venda e
consumo de bebida alcoólica nos estádios de futebol onde serão disputadas
partidas da Copa de 2014. No entanto, os deputados deixaram para a Fifa a tarefa
de negociar com cinco estados, que proíbem o consumo de álcool em estádios, a
liberação.
O texto da lei geral vai agora
para análise no Senado. Se os senadores mudarem proposta, o texto terá de
voltar à Câmara para nova votação, antes de seguir para a sanção da
presidente.
Edição: José Romildo
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