Fonte:
Agência Brasil
A
presidenta Dilma Rousseff apelou nesta quinta-feira (29) para que a comunidade
internacional passe a respeitar e a valorizar mais os países que integram o
Brics – grupo que reúne o Brasil, a Rússia, Índia, China e África do Sul. Ela
lembrou que apenas o bloco será responsável por 56% da economia do mundo, de
acordo com previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI). Dilma condenou o
protecionismo e defendeu a busca do crescimento econômico equilibrado em meio à
crise atual e seus efeitos.
“Os
[países do] Brics tornaram-se o mais importante motor da economia mundial”,
ressaltou a presidenta, no encerramento da 4ª Cúpula do Brics, em Nova Delhi,
na Índia. Ela lembrou ainda que os países desenvolvidos “exportaram a crise”
para as demais regiões e a busca por soluções para a resolver o problema gerou
o protecionismo mais intenso.
A
presidenta fez um discurso de 14 minutos e uma declaração à imprensa ao lado
dos demais líderes do Brics, ao final das reuniões ocorridas ao longo dessa
quinta-feira. Ela tem ainda conversas bilaterais com os presidentes Hu Jintao
(China) e Dmitri Medvedev (Rússia). Na quarta (28), ela se reuniu com o
presidente da África do Sul, Jacob Zuma.
Dilma
destacou que apenas as soluções exclusivas, adotadas por alguns governos, não
são suficientes: “[Essas medidas] geram barreiras injustas”. A presidenta
elogiou o socorro prestado pelo Banco Central Europeu a alguns países que
apresentaram dificuldades. Segundo ela, é preciso estar em alerta sobre a
precarização do mercado de trabalho, a recessão e as possibilidades de
desemprego, consequência ainda da crise econômica mundial.
Em
defesa do equilíbrio econômico, a presidenta ratificou a necessidade de
reformas nos sistemas financeiros internacionais, como o Fundo Monetário
Internacional (FMI) e o Banco Mundial. Dilma reiterou que é necessário que
esses organismos reflitam o mundo atual. “[É preciso que] reflita o peso dos
países emergentes. Os [países que compõem o] Brics têm muito a dizer sobre
desenvolvimento econômico e o meio ambiente”, disse.
A
presidenta lembrou também que os países desenvolvidos, como os Estados Unidos e
vários da Europa, ainda enfrentam os impactos da crise econômica internacional.
“O mundo avançado e dos países desenvolvidos não saiu da crise”, alertou. “[É
fundamental] alterar a geometria da governança [política e econômica mundial].”
Dilma
chegou na terça-feira (27) à Índia, onde fica até o dia 31 para participar da
4ª Cúpula do Brics. Nas reuniões compareceram,
além de Dilma, o primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, e os
presidentes Hu Jintao (China), Dmitri
Medvedev (Rússia) e Jacob Zuma (África do Sul). Todos concederam entrevista
coletiva nesta quinta (29).
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