Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Mesmo que a orientação
do Ministério da Saúde no combate à tuberculose seja a atenção para tosse
prolongada por mais de três semanas, o mesmo sintoma, ao alcançar duas semanas,
já dever ser acompanhado de perto. A orientação é do pneumologista e consultor
da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, Ricardo Martins.
Em entrevista à Agência Brasil, ele
explicou que, no caso da tuberculose, a tosse prolongada acompanhada ou não de
catarro deve ser associada a fatores como febre, calafrios, suor intenso e
perda de peso e de apetite. “Isso suscita a necessidade de procurar
imediatamente o posto de saúde”.
Na última segunda-feira (26), o
governo lançou a campanha nacional de enfrentamento à tuberculose, com o tema
Tosse por mais de três semanas é um sinal de alerta. Quanto antes você tratar,
mais fácil de curar. Procure uma unidade de saúde.
Para o pneumologista, o foco no
combate à doença deve ser a busca por novos casos, na tentativa de interromper
a cadeia de transmissão, além de investir em novas estratégias capazes de
garantir que o paciente não abandone o tratamento.
“É uma doença que precisa ser
vigiada e o tratamento também é assim. A ideia é fazer consultas mensalmente,
dependendo do estado da pessoa. Algumas vezes, é preciso fazer visitas mais
encurtadas, mas o tratamento é feito em casa, não há dificuldade alguma”.
Segundo Martins, um dos fatores
que levam à desistência do tratamento é a súbita melhora dos sintomas. “Esse é
um bacilo de crescimento muito lento. Para garantir que o tratamento foi
eficaz, é preciso persistir por seis meses”.
Ele lembrou que o índice de cura
para a doença é superior a 90%, desde que o tratamento seja levado até o fim.
Quando o paciente desiste antes que os seis meses sejam concluídos e precisa
reiniciar o tratamento, a taxa de cura da tuberculose cai para 75%.
Edição: Rivadavia Severo
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