O Conselho Universitário da
Universidade de Brasília (UnB) proibiu o chamado trote sujo, com previsão de
punição para os alunos envolvidos.
De acordo com as novas Normas de Convivência
Universitária, o trote sujo é qualquer tipo de “ação de tortura, tratamento ou
castigo cruel, desumano ou degradante, constrangimento e situações de
discriminação de qualquer natureza”. A decisão foi tomada na noite dessa
sexta-feira (30).
No início deste semestre,
repetiram-se os rituais aplicados por veteranos em calouros. As atividades
incluem “brincadeiras” consideradas degradantes e constrangedoras por setores
da universidade. De acordo com o relatório aprovado nessa sexta-feira, os
estudantes envolvidos nos trotes sujos estarão sujeitos às punições previstas
no Estatuto da UnB, que vão desde a advertência até expulsão, após abertura de
um processo administrativo.
Apesar de o texto geral das
Normas de Convivência Universitária ter sido aprovado pela unanimidade dos
conselheiros (42 votos), na próxima reunião do conselho serão votados destaques
ao texto. Uma das discussões não encerradas é a previsão de que os centros
acadêmicos (CAs) possam ser responsabilizados pelos trotes.
Locatelli disse que os centro
acadêmicos não podem ser responsabilizados pelo trote sujo, já que muitas vezes
a ação é iniciativa de um grupo pequeno de estudantes.
As normas aprovadas pelo conselho
incluem ainda restrições para festas dentro dos centros acadêmicos com consumo
e venda de bebidas alcoólicas. O texto estabelece que os eventos só poderão
ocorrer com autorização prévia das unidades acadêmicas. Nos espaços reservados
às aulas e atividades de pesquisa, as confraternizações só podem ocorrer até a
meia-noite.
Para Locatteli, a norma pode
prejudicar a autonomia financeira dos centros acadêmicos que têm como principal
fonte de recursos a organização desse tipo de evento. Uma das saídas, avalia o
DCE, é que a faculdade que autorizar a festa não seja punida por eventuais danos,
mas que a responsabilidade seja do grupo de alunos que solicitar a autorização
para a festa. O diretório quer que essa norma seja incluída no relatório para
que as unidades acadêmicas não tenham receio de autorizar os eventos. A próxima
reunião do conselho está marcada para 13 de abril.
Agência Brasil
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