A autuação de nove pessoas no
último fim de semana por dirigir alcoolizadas nas estradas federais que cortam
Pernambuco, além da morte de seis motoqueiros no interior – com possibilidades
de ter havido consumo de bebida alcoólica, são um alerta de que a mistura
álcool e direção está se tornando cada vez mais perigosa. Além do risco de
sofrer ou provocar um acidente, a possibilidade de ser parado em uma das
blitzes está maior. A Operação Lei Seca, coordenada pelo governo do Estado, foi
ampliada para o Agreste e Sertão e a ordem é intensificar as abordagens às
vésperas do São João. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) também prometeu
reforçar o efetivo para o próximo fim de semana, quando ocorre a maioria das
festas.
“Desde o dia 15 reforçamos a
presença nas cidades do interior e aumentaremos o efetivo ainda mais. Estaremos
com 56 profissionais atuando, sendo 44 de fiscalização e 12 de educação. É o
mesmo efetivo que temos no Grande Recife. Montaremos pontos nas cidades de
Caruaru e Gravatá (Agreste) e em Arcoverde (Sertão)”, explicou o
coordenador-executivo da Operação Lei Seca, tenente-coronel André Cavalcanti.
Além do reforço específico para o São João, os números da operação mostram que
as blitzes estão mais presentes nas ruas.
De dezembro de 2011 – quando a
lei seca passou a ser coordenada pela Secretaria Estadual de Saúde – até maio
deste ano, já são mais de 127 mil testes de alcoolemia realizados em condutores
de 126.584 veículos (a diferença é relativa a testes refeitos ou realizados em
motoristas chamados para guiar carros de terceiros). Ou seja, na prática, o
condutor parado numa blitz está sendo convidado a fazer o teste no etilômetro,
mesmo que não tenha sintomas de embriaguez. “Temos feito isso para ampliar as
ações da lei seca. Em três dias de blitzes em Caruaru, onde só estamos chegando
agora, tivemos um percentual alto de condutores autuados. Dos 367 veículos
abordados, 100 foram notificados (27% do total). No Grande Recife, esse
percentual cai para 8% porque as pessoas estão mais conscientes”, afirmou.
O número de motoristas autuados,
entretanto, é bem menor do que a quantidade de testes realizados e, a maioria,
ainda é por recusa (quando o condutor se nega a fazer o teste e mesmo assim é
multado). Dos 127.231 testes feitos, apenas 918 excederam o percentual de
álcool tolerado. Os outros 3.611 motoristas multados foram por recusa. A
estatística da PRF segue a mesma linha, embora a quantidade seja muito menor.
De janeiro até anteontem, foram realizados 12.558 testes de alcoolemia nas
estradas federais. Desses, 440 motoristas terminaram multados, sendo que 200
ainda foram encaminhados à delegacia para responder pelo crime de trânsito
(quando, além da multa de R$ 957,70, também se paga fiança arbitrada pelo
delegado para não ir preso). Apesar do anúncio de reforço, há 15 dias o JC
percorreu as BRs 232 e 104, rota principal do forró, e não viu blitzes nas
rodovias.
Jornal do Commercio
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