sábado, 3 de novembro de 2012

Em Vitória, PE, começa reforma no zoo mas reabertura não está garantida

O zoológico de Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata de Pernambuco, começou a ser reformado. Por determinação do Ministério Público, o local está fechado para visitação desde setembro por não ter licença ambiental nem apresentar segurança ou conforto para as pessoas e os animais. Tanto o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) quanto o Ibama questionaram a maneira como a reforma está sendo feita e disseram que ela não garante a reabertura do espaço.


A promotora do MPPE que requisitou o fechamento do zoológico, Vera Rejane de Mendonça, estranhou que a Prefeitura tenha começado a fazer essa reforma agora. "O projeto em si, que era o principal documento a ser apresentado, não foi. Não se sabe se essa reforma se adequa aos parâmetros legais. Sem falar que eles estão reformando sem os devidos licenciamentos e autorizações prévias”, comentou.
A reforma também foi questionada pelo Ibama. “Essa reforma só é aceita condicionada à construção de um novo zoológico. É apenas um paliativo, é temporário”, disse Edson Andrade, analista ambiental do órgão.

O secretário de Cultura, Turismo e Esporte de Vitória Paulo Roberto Arruda explicou porque a obra começou neste momento: “Tudo isso já estava planejado, só que mediante a determinação do MPPE e a determinação do Ibama se fez necessário fazer rapidamente para depois ser adequado e depois ser levado para outro local”.
Inaugurado em 1950, o local nunca recebeu licença ambiental para funcionar. Operários estão ampliando algumas jaulas onde os animais são mantidos e vários pontos estão recebendo grama. Uma área de quarentena para os animais que ficarem doentes está sendo construída e os espaços das aves maiores deverão ganhar mais altura para que as árvores façam parte do ambiente.

Mas ainda há muito por fazer. O local tem grades e jaulas enferrujadas, telas de proteção remendadas. O secretário de Cultura, Turismo e Esportes de Vitória, Paulo Roberto Arruda, que ficou à frente da reforma, disse que as melhorias foram planejadas de acordo com a legislação e que o projeto foi entregue ao Ibama. Ele explicou também que a prefeitura está fazendo um outro projeto para construção de um novo zoológico, que será apresentado na próxima semana.

O zoológico de vitória tem 104 animais. Entre as aves, muitas araras, um urubu-rei, um gavião. também há mamíferos pequenos, como macacos, o quati, o papa-mel, o gato selvagem. Situação preocupante é a do leão Ageu, que está velho e doente - ele é cego de um olho e tem a visão do outro comprometida por uma catarata. Ageu passa a maior parte do tempo deitado e só ruge quando estimulado pelos funcionários do zoológico.

O urso pardo Bruno também está com problemas. É fácil ver que o animal tem muitas falhas na pelagem, se coça muito nas grades e nas paredes da jaula. Bruno chegou ao local em 2004, ele era de um circo e foi recolhido pelo Ibama depois que se constatou que sofria maus tratos e estava muito abaixo do peso.

Antes, ele passou por um período de quarentena no zoológico do Recife. Hoje, o urso pesa quase trezentos quilos. A jaula dele foi considerada pequena pelo Ibama, que também reclamou do tamanho do tanque, usado pelo bicho para se refrescar. “Não é ácaro, nenhuma doença. Ele não tem a inteligência de deixar de coçar. Está medicado para não ter dermatite por contato”, explicou Manoel Bento Dias Filho, veterinário do zoológico.
O local onde está a lhama também é inadequado, o portão, bem precário. Além disso o animal está com uma aparência descuidada, precisando ser tosado. Também chamam atenção os dois avestruzes. Um deles está com parte do corpo sem as penas.

No mês passado, a Associação de Defesa dos Animais Rancho dos Gnomos, de São Paulo, demonstrou interesse em cuidar dos bichos. Quanto à situação do urso e do leão, que são as mais preocupantes, o secretário Paulo Roberto Arruda informou que essa reforma irá contemplar espaços adequados para os dois animais e que não há interesse da Prefeitura de enviá-los para outro lugar. O Ministério Público irá aguardar um laudo técnico sobre as condições dos animais para decidir o destino deles.

Do G1PE

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