O zoológico de Vitória de Santo
Antão, na Zona da Mata de Pernambuco, começou a ser reformado. Por determinação
do Ministério Público, o local está fechado para visitação desde setembro por
não ter licença ambiental nem apresentar segurança ou conforto para as pessoas
e os animais. Tanto o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) quanto o Ibama
questionaram a maneira como a reforma está sendo feita e disseram que ela não
garante a reabertura do espaço.
A promotora do MPPE que
requisitou o fechamento do zoológico, Vera Rejane de Mendonça, estranhou que a
Prefeitura tenha começado a fazer essa reforma agora. "O projeto em si,
que era o principal documento a ser apresentado, não foi. Não se sabe se essa
reforma se adequa aos parâmetros legais. Sem falar que eles estão reformando
sem os devidos licenciamentos e autorizações prévias”, comentou.
A reforma também foi questionada
pelo Ibama. “Essa reforma só é aceita condicionada à construção de um novo
zoológico. É apenas um paliativo, é temporário”, disse Edson Andrade, analista
ambiental do órgão.
O secretário de Cultura, Turismo
e Esporte de Vitória Paulo Roberto Arruda explicou porque a obra começou neste
momento: “Tudo isso já estava planejado, só que mediante a determinação do MPPE
e a determinação do Ibama se fez necessário fazer rapidamente para depois ser
adequado e depois ser levado para outro local”.
Inaugurado em 1950, o local nunca
recebeu licença ambiental para funcionar. Operários estão ampliando algumas
jaulas onde os animais são mantidos e vários pontos estão recebendo grama. Uma
área de quarentena para os animais que ficarem doentes está sendo construída e
os espaços das aves maiores deverão ganhar mais altura para que as árvores
façam parte do ambiente.
Mas ainda há muito por fazer. O
local tem grades e jaulas enferrujadas, telas de proteção remendadas. O
secretário de Cultura, Turismo e Esportes de Vitória, Paulo Roberto Arruda, que
ficou à frente da reforma, disse que as melhorias foram planejadas de acordo
com a legislação e que o projeto foi entregue ao Ibama. Ele explicou também que
a prefeitura está fazendo um outro projeto para construção de um novo
zoológico, que será apresentado na próxima semana.
O zoológico de vitória tem 104
animais. Entre as aves, muitas araras, um urubu-rei, um gavião. também há
mamíferos pequenos, como macacos, o quati, o papa-mel, o gato selvagem.
Situação preocupante é a do leão Ageu, que está velho e doente - ele é cego de
um olho e tem a visão do outro comprometida por uma catarata. Ageu passa a
maior parte do tempo deitado e só ruge quando estimulado pelos funcionários do
zoológico.
O urso pardo Bruno também está
com problemas. É fácil ver que o animal tem muitas falhas na pelagem, se coça
muito nas grades e nas paredes da jaula. Bruno chegou ao local em 2004, ele era
de um circo e foi recolhido pelo Ibama depois que se constatou que sofria maus
tratos e estava muito abaixo do peso.
Antes, ele passou por um período
de quarentena no zoológico do Recife. Hoje, o urso pesa quase trezentos quilos.
A jaula dele foi considerada pequena pelo Ibama, que também reclamou do tamanho
do tanque, usado pelo bicho para se refrescar. “Não é ácaro, nenhuma doença.
Ele não tem a inteligência de deixar de coçar. Está medicado para não ter
dermatite por contato”, explicou Manoel Bento Dias Filho, veterinário do
zoológico.
O local onde está a lhama também é
inadequado, o portão, bem precário. Além disso o animal está com uma aparência
descuidada, precisando ser tosado. Também chamam atenção os dois avestruzes. Um
deles está com parte do corpo sem as penas.
No mês passado, a Associação de
Defesa dos Animais Rancho dos Gnomos, de São Paulo, demonstrou interesse em
cuidar dos bichos. Quanto à situação do urso e do leão, que são as mais
preocupantes, o secretário Paulo Roberto Arruda informou que essa reforma irá
contemplar espaços adequados para os dois animais e que não há interesse da
Prefeitura de enviá-los para outro lugar. O Ministério Público irá aguardar um
laudo técnico sobre as condições dos animais para decidir o destino deles.
Do G1PE
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