sábado, 2 de fevereiro de 2013

A QUASE ONIPRESENTE ODEBRECHT


Do jconline.ne10.uol.com.br

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O nome Odebrecht virou recorrente em Pernambuco. Do Porto de Suape à Ferrovia Transnordestina, literalmente do litoral ao Sertão, a empresa está à frente de obras e até de concessões. Seu porte gigantesco e suas inúmeras divisões permitem a ela participação em frentes simultâneas e bem distintas: construção de estradas, operação de estádios de futebol, imóveis em locais paradisíacos, transporte público e até esgoto. Para completar, a companhia há muito tempo rompeu as fronteiras do Brasil e virou multinacional, com projetos em Angola e até nos Estados Unidos. A impressão é de que a Odebrecht está em todo lugar.


Os projetos com a empresa à frente são federais, estaduais e privados. A obra de R$ 5,3 bilhões para construir os 1.728 quilômetros da Transnordestina, por exemplo, é um contrato com a concessionária Transnordestina Logística, ligada à Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). Ou seja, foi fechado entre dois grupos privados. Para se ter ideia do porte da companhia, em 2011 sua receita bruta foi de R$ 71 bilhões. O número de 2012 ainda não saiu.


“A gente pensa na Odebrecht como empresa de engenharia, mas não é. Ela trabalha em setores muito diferentes e em vários países. É uma multinacional brasileira”, comenta Marcos Roberto Cavalcanti, vice-presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic) e presidente da Associação de Empresas de Obras Públicas de Pernambuco (Aeope).


Mas a multinacional, que tem o embrião em uma companhia de 1944, na Bahia, já tinha rumado para setores como setor petroquímico há décadas quando começou a chamar a atenção dos pernambucanos. O motivo foi seu envolvimento em projetos de impacto na infraestrutura urbana.


Na área de concessões, que mistura obras e prestação de serviços, ela já assumiu a construção e operação do acesso viário à Reserva do Paiva, em parceria com o Grupo Cornélio Brennand, a Arena da Copa, em São Lourenço da Mata, e a Via Expressa, em Suape. Uma empresa do grupo, a Foz do Brasil, acaba de ser declarada vencedora do megacontrato da chamada PPP do Saneamento, uma parceria público-privada (PPP) com faturamento estimado em R$ 16,7 bilhões.


Além disso, já desenvolveu estudos para uma série de outras concessões, como um pedágio urbano que funcionaria como prolongamento da Avenida Beira-Rio, do Recife rumo à zona oeste metropolitana, uma nova sede da Universidade de Pernambuco (UPE) dentro da Cidade da Copa, o bilionário Arco Viário (mais conhecido como Arco Metropolitano, um novo contorno do Grande Recife) e até uma polêmica proposta para um sistema de monotrilhos.


“A empresa sempre está atenta para grandes obras. Para o governo, é bom ter uma empresa de melhor porte porque dá mais tranquilidade. Só faço guerra por mais participação das pequenas e médias no setor público”, diz Marcos Roberto.


Coordenador da Unidade de Pesquisas Técnicas (Uptec), da Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe), Júlio Becher responde pela Sondagem da Indústria da Construção. Ele ressalta que a atividade é a mais dinâmica atualmente no Estado e, apesar da desaceleração em outras áreas da economia, em 2012, a construção continua com elevado índice de confiança.


“O momento da economia de Pernambuco é propício a grandes obras. E a Odebrecht de fato encabeça grandes projetos. Se a decisão da empresa é só assumir obras de maior porte eu não sei, mas é natural organizações de qualquer área atingirem um porte tal que passem a rejeitar pequenas obras. Uma grande escala facilita negociações com fornecedores, por exemplo, e aumenta o retorno financeiro”, analisa Júlio.


Veja a reportagem completa, incluindo uma lista dos projetos da Odebrecht em Pernambuco, no Jornal do Commercio deste domingo (3).

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