Foto: Jody Amiet/AFP Photo |
Os quatro primeiros satélites da
rede O3b, que tem o objetivo de oferecer uma conexão de internet de alta
velocidade e com bom preço para três bilhões de pessoas em 180 países do mundo,
serão lançados na última segunda-feira da Guiana Francesa a bordo de um foguete
Soyuz.
O3b é a abreviação de "Other
3 billion", os "outros três bilhões" de habitantes do planeta
que, por falta de infraestrutura, ainda não têm acesso rápido e fácil à
internet, como nos países ricos.
A ideia surgiu em 2007 da mente
do americano Greg Wyler, fundador da O3b Networks, quando este pioneiro das
redes de telefonia de terceira geração (3G) estava em Ruanda e não podia se
conectar por causa das infraestruturas deficientes do país.
Apesar disso, "os moradores
desses países estão desejando ter acesso à internet, a demanda existe, trata-se
de um problema de custo", explicava em 2008, durante visita a Paris, onde
lançou oficialmente seu projeto.
Para solucionar o problema, Greg
Wyler teve a ideia de evitar as caras infraestruturas por terra, como fibra
óptica ou cabo, e colocar em órbita ao redor do Equador uma constelação de
pequenos satélites que servem de repetidores entre os usuários da internet em todo
o mundo e que só precisam de antenas parabólicas.
A órbita ao redor do Equador
permite cobrir uma área de 45 graus ao norte e 45 graus ao sul, ou seja, uma
região que inclui toda a África, quase toda a América Latina, o sudeste
asiático, a Austrália e a Oceania, onde há muitos países sem infraestrutura
suficiente para garantir uma boa conexão à rede.
Embora os satélites
geoestacionários já proporcionem este tipo de serviço, seu custo de exploração
e o preço final para o usuário ainda são muito altos.
Além disso, os satélites
"clássicos" ficam a 36.000 km de altitude, são muito grandes,
precisam de muita potência para emitir e os dados demoram às vezes mais de meio
segundo para ir e voltar à Terra.
Satélites leves e rentáveis
É o contrário dos satélites O3b,
projetados pela Thales Alenia Space, e que estarão situados a 8.062 km. Além
disso, são menores (650 quilos contra as 4 a 6 toneladas dos geoestacionários)
e se comunicam com a Terra quatro vezes mais rápido.
A logo prazo, a velocidade da
internet que oferecerão será "comparável em volume e em tempo de resposta
à fibra óptica", assegura a Arianespace, que porá os quatro primeiros
satélites em órbita.
Cada satélite tem doze antenas
móveis que permitem apontar para pontos precisos em função da demanda de
conexão e cobrem áreas com centenas de quilômetros quadrados, assim como os
satélites de observação da Terra.
O sinal que emitem é da gama de
frequências Ka, que tem uma grande amplitude de banda e pode ser facilmente
captado com antenas parabólicas muito pequenas.
Convencidos da rentabilidade da
ideia de Greg Wyler, grandes grupos internacionais investiram no projeto, como
Google, Liberty Global - líder dos operadores internacionais de cabo -, o
operador de satélites SES, o banco HSBC ou o banco de desenvolvimento da África
do Sul.
Os quatro primeiros satélites da
rede O3b serão lançados esta segunda-feira por um foguete Soyuz do centro
espacial da Guiana Francesa às 15H53 de Brasília. Os dois primeiros se
separarão do foguete russo horas depois do lançamento e os dois últimos, 22
minutos depois.
Outros quatro satélites serão
lançados mais adiante para completar a rede e a médio prazo serão enviados outros
16, informou a O3b Networks.
Pernambuco.com
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