A edição da revista Veja desta
semana traz uma matéria especial sobre a prisão de quatro agentes da Agência
Brasileira de Inteligencia (Abin) que estariam espionando o governador de
Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), virtual candidato à presidência da República
nas eleições de 2014.
Segundo a publicação, os agentes presos foram Mário
Ricardo Dias de Santana, Nilton de Oliveira Cunha Júnior, Renato de Carvalho
Raposo de Melo e Edmilson Monteiro da Silva. Eles teriam sido detidos pela
Polícia Militar de Pernambuco (PM-PE) no último dia 11 de abril, quando agiam
infiltrados no Porto de Suape, em Ipojuca, Litoral Sul do estado.
Em abril deste ano, o jornal
Estado de S. Paulo apresentou um documento exclusivo sobre o caso. Na época, a
publicação confirmou que o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência
(GSI) pediu a Abin para monitorar os portuários e sindicatos contrários à
Medida Provisória 595, também conhecida como MP dos Portos.
A nova legislação,
que recentemente foi sancionada com vetos pela presidente Dilma Rousseff (PT),
tirava parte da autonomia de terminais em todo o país, inclusive, o de Suape.
Os trabalhadores organizavam uma greve geral e teriam, em parte, o apoio do
governador pernambucano.
No início, a Abin informou que
desconhecia a missão. O jornal, então, apresentou o documento intitulado Ordem
de Missão 022/82105, de 13 de março de 2013. A ordem foi encaminhada para sedes
da agência de inteligência em 15 estados, dando como destaque a possível
Mobilização de Portuários.
O GSI confirmou a veracidade do documento. Dias
depois, o ministro general-chefe José Elito, no entanto, classificou como
mentirosa a descoberta relatada pela publicação paulista. Na mesma ocasiao, o
governador Eduardo Campos não se posicionou sobre o esquema de espionagem
montado pelo governo federal, seu aliado no plano nacional, montado no Porto de
Suape, uma das vitrines de sua gestão.
O governador de Pernambuco,
Eduardo Campos, ainda tentou afastar a tese de monitoramento político
noticiado, nas entrelinhas, pelo jornal O Estado de S. Paulo. Apesar da
tentativa, a Abin passou por uma crise institucional. A Presidência da
República enviou uma nota oficial, por meio de sua assessoria de imprensa,
afirmando que não fazia operações para vigiar movimentos sindicais ou
sindicalistas conforme tem sido noticiado. A Presidência também fez questão de
destacar que não tinha mobilizado agentes para espionagem no Porto de Suape.
Sobre a Abin - Criada em 1999
pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), a Agência Brasileira de
Inteligência (Abin), o órgão subtituiu o Serviço Nacional de Informações,
formulado pela ditadura militar brasileira (1964-1985). Entre as atribuições da
Abin, estão avaliar ameaças (internas e externas) a ordem constitucional,
planejar e executar a proteção de conhecimentos sensíveis relativos ao
interesses e a segurança do estado e da sociedade. A Abin, também, planeja e
executa ações, inclusive sigilosas, destinadas a assessorar a Presidência da
República.
Diario de Pernambuco
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