quarta-feira, 26 de março de 2014

Governo de Pernambuco e professores entram em acordo

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe) fechou acordo com o governo do Estado sobre o reajuste salarial da categoria. 

Em assembleia realizada na manhã desta quarta (26), ficou acertado que os professores de nível superior terão aumento de 15,54% até o final de 2014, além de outros reajustes. Mesmo com as mudanças, Pernambuco ainda tem o menor piso salarial entre todos os estados brasileiros.

Para entender o acordo, é necessário ter como base o aumento fechado com a categoria no dia 2 de janeiro, de 8,32%. Essa porcentagem é o reajuste para o piso salarial mínimo, valor pago aos professores de nível técnico, formados em magistério. Essa categoria não receberá aumento, continuando nos R$ 1.698 por 40 horas trabalhadas semanalmente, conforme a assembleia de hoje.

Os professores de nível superior, antes do acordo, recebiam R$ 1.782 por 40 horas, 5% a mais do que os professores de magistério. Com o novo acordo, os profissionais de nível superior terão aumento gradual de 7% ao longo de 2014. Esse aumento elevaria a diferença entre as duas categorias a 12%.

No fim do ano, o professor de nível superior terá um aumento de 15,54%, chegando a receber R$ 1.901. A equação para chegar a essa porcentagem é a soma do primeiro aumento, no dia 2 de janeiro, e o segundo aumento acertado hoje, de 7%, com adicionais.

A assembleia também aprovou o aumento para os auxiliares pedagógicos (educacionais e psicólogos). O aumento de 10% entra em vigor em junho, data base para a categoria. Os auxiliares e assistentes administrativos também terão aumento no mesmo mês, com reajuste de 7%.

Além da pauta salarial, o sindicato conseguiu abonar as faltas dos três dias da paralisação nacional na semana passada. As aulas desses dias serão devidamente repostas. Foi aprovada, ainda, a mudança na denominação dos auxiliares educacionais, que passam a se chamar analistas educacionais. A mudança, a curto prazo, não produz nenhum efeito, mas no futuro, o sindicato planeja reivindicar isonomia dos analistas de educação com outros tipos de analistas.

Segundo o presidente do sindicato, Heleno Araújo, essa negociação com o governo foi uma das mais rápidas. A celeridade se deu porque o governo tem até o dia 5 de abril para homologar as mudanças, a fim de que os reajustes fiquei acima da inflação. "Mesmo com toda essa pauta positiva, nós continuamos tendo o pior salário do Brasil. Todos os estados do Nordeste paga acima de R$ 2 mil, exceto Pernambuco. Mesmo assim, nós consideramos o avanço. Só iremos retomar a pauta salarial em 2015", explicou Araújo.

Atualmente, Pernambuco conta com 1800 professores de magistério e 48,4 mil de nível superior. A diferença salarial entre eles, em 2007, era de 34%. Com as negociações, o sindicato conseguiu fechar a diferença em 12%, no fim do mandato do governador Eduardo Campos. O presidente do sindicato também considerou que a rapidez nas negociações se deveu ao fato de 2014 ser um ano eleitoral e o governador não querer deixar o poder "manchado com a categoria".

Do JC Online

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