O Sindicato dos Trabalhadores em
Educação de Pernambuco (Sintepe) fechou acordo com o governo do Estado sobre o
reajuste salarial da categoria.
Em assembleia realizada na manhã desta quarta
(26), ficou acertado que os professores de nível superior terão aumento de
15,54% até o final de 2014, além de outros reajustes. Mesmo com as mudanças,
Pernambuco ainda tem o menor piso salarial entre todos os estados brasileiros.
Para entender o acordo, é
necessário ter como base o aumento fechado com a categoria no dia 2 de janeiro,
de 8,32%. Essa porcentagem é o reajuste para o piso salarial mínimo, valor pago
aos professores de nível técnico, formados em magistério. Essa categoria não
receberá aumento, continuando nos R$ 1.698 por 40 horas trabalhadas
semanalmente, conforme a assembleia de hoje.
Os professores de nível superior,
antes do acordo, recebiam R$ 1.782 por 40 horas, 5% a mais do que os
professores de magistério. Com o novo acordo, os profissionais de nível
superior terão aumento gradual de 7% ao longo de 2014. Esse aumento elevaria a
diferença entre as duas categorias a 12%.
No fim do ano, o professor de
nível superior terá um aumento de 15,54%, chegando a receber R$ 1.901. A
equação para chegar a essa porcentagem é a soma do primeiro aumento, no dia 2
de janeiro, e o segundo aumento acertado hoje, de 7%, com adicionais.
A assembleia também aprovou o
aumento para os auxiliares pedagógicos (educacionais e psicólogos). O aumento
de 10% entra em vigor em junho, data base para a categoria. Os auxiliares e
assistentes administrativos também terão aumento no mesmo mês, com reajuste de
7%.
Além da pauta salarial, o
sindicato conseguiu abonar as faltas dos três dias da paralisação nacional na
semana passada. As aulas desses dias serão devidamente repostas. Foi aprovada,
ainda, a mudança na denominação dos auxiliares educacionais, que passam a se
chamar analistas educacionais. A mudança, a curto prazo, não produz nenhum
efeito, mas no futuro, o sindicato planeja reivindicar isonomia dos analistas
de educação com outros tipos de analistas.
Segundo o presidente do
sindicato, Heleno Araújo, essa negociação com o governo foi uma das mais
rápidas. A celeridade se deu porque o governo tem até o dia 5 de abril para
homologar as mudanças, a fim de que os reajustes fiquei acima da inflação.
"Mesmo com toda essa pauta positiva, nós continuamos tendo o pior salário
do Brasil. Todos os estados do Nordeste paga acima de R$ 2 mil, exceto
Pernambuco. Mesmo assim, nós consideramos o avanço. Só iremos retomar a pauta
salarial em 2015", explicou Araújo.
Atualmente, Pernambuco conta com
1800 professores de magistério e 48,4 mil de nível superior. A diferença
salarial entre eles, em 2007, era de 34%. Com as negociações, o sindicato
conseguiu fechar a diferença em 12%, no fim do mandato do governador Eduardo
Campos. O presidente do sindicato também considerou que a rapidez nas
negociações se deveu ao fato de 2014 ser um ano eleitoral e o governador não
querer deixar o poder "manchado com a categoria".
Do JC Online
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