sexta-feira, 28 de março de 2014

Médicos discutem dura realidade da rede materno-infantil de PE

Médicos que fazem a assistência ao parto nas maternidades de alto risco do Estado – Hospital Agamenon Magalhães (HAM), Hospital Barão de Lucena (HBL), Cisam, Hospital Jesus Nazareno e Hospital João Murilo – estão indignados quanto às condições de trabalho  oferecidas nestes serviços.

Durante Assembleia Geral Extraordinária, realizada no dia 26 de março, no Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), os profissionais apontaram a superlotação com o crescimento exponencial da demanda, além da precária qualidade do pré-natal, como fatores básicos que elevam os índices de patologias na gestação (por não serem tratadas a tempo).  Agravado ainda pela ausência de assistência ao parto nos municípios e regionais, acarretando um processo de peregrinação das gestantes até a Capital do Estado para receberem assistência ao parto.

O fato é que a demanda cresceu e as maternidades de alto risco não dispõem de leitos suficientes. Os serviços encontram-se, hoje, com 2 a 3 vezes o número de pacientes que suportariam.  Há macas empilhadas nos corredores, centros cirúrgicos com improviso de leitos de alojamento conjunto, elevando o risco para infecções, recém-nascidos sem berços e acomodados em macas e leitos maternos com risco iminente de sufocação e trauma por quedas, UTIs neonatal e UCIs superlotadas com incubadoras muito próximas, sem fonte de oxigênio suficiente. As escalas de plantão incompletas, acarretando sobrecarga de trabalho aos profissionais, com risco cada vez maior de insucessos. Um caos anunciado e instalado.

O clima de descontentamento, incertezas e decepções é presente e crescente.  As péssimas condições de trabalho e a convivência diuturna com os improvisos têm resultado no adoecimento dos médicos, afastamento do trabalho e pedidos de demissão, agravando o déficit desses profissionais. Os médicos não são os responsáveis por este caos; são parte de um sistema onde arcam com a maior responsabilidade e pouca atenção dos gestores.

Durante a AGE, ficou definido o envio de oficio a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) relatando a situação exposta e a preocupação dos médicos que fazem a rede materno-infantil de Pernambuco e solicitando soluções urgentes, como: efetiva  recomposição das escalas de plantão da Região Metropolitana do Recife (RMR) e do interior, formação de uma mesa de negociação entre a SES, Simepe e uma comissão de representantes dos serviços para discutir soluções. Deliberou-se ainda, envio de oficio ao Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) solicitando  posicionamento quanto à presença de pacientes internados no interior dos centros cirúrgicos. Aguardamos respostas do executivo deste Estado.

Da Assessoria de Comunicação do Cremepe

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