Médicos que fazem a assistência
ao parto nas maternidades de alto risco do Estado – Hospital Agamenon Magalhães (HAM), Hospital Barão de Lucena (HBL), Cisam, Hospital Jesus Nazareno e Hospital João Murilo – estão indignados
quanto às condições de trabalho
oferecidas nestes serviços.
Durante Assembleia Geral
Extraordinária, realizada no dia 26 de março, no Sindicato dos Médicos de
Pernambuco (Simepe), os profissionais apontaram a superlotação com o
crescimento exponencial da demanda, além da precária qualidade do pré-natal,
como fatores básicos que elevam os índices de patologias na gestação (por não
serem tratadas a tempo). Agravado ainda
pela ausência de assistência ao parto nos municípios e regionais, acarretando
um processo de peregrinação das gestantes até a Capital do Estado para receberem
assistência ao parto.
O fato é que a demanda cresceu e
as maternidades de alto risco não dispõem de leitos suficientes. Os serviços
encontram-se, hoje, com 2 a 3 vezes o número de pacientes que suportariam. Há macas empilhadas nos corredores, centros
cirúrgicos com improviso de leitos de alojamento conjunto, elevando o risco
para infecções, recém-nascidos sem berços e acomodados em macas e leitos
maternos com risco iminente de sufocação e trauma por quedas, UTIs neonatal e
UCIs superlotadas com incubadoras muito próximas, sem fonte de oxigênio
suficiente. As escalas de plantão incompletas, acarretando sobrecarga de
trabalho aos profissionais, com risco cada vez maior de insucessos. Um caos
anunciado e instalado.
O clima de descontentamento,
incertezas e decepções é presente e crescente.
As péssimas condições de trabalho e a convivência diuturna com os
improvisos têm resultado no adoecimento dos médicos, afastamento do trabalho e
pedidos de demissão, agravando o déficit desses profissionais. Os médicos não
são os responsáveis por este caos; são parte de um sistema onde arcam com a
maior responsabilidade e pouca atenção dos gestores.
Durante a AGE, ficou definido o
envio de oficio a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) relatando a situação
exposta e a preocupação dos médicos que fazem a rede materno-infantil de
Pernambuco e solicitando soluções urgentes, como: efetiva recomposição das escalas de plantão da Região
Metropolitana do Recife (RMR) e do interior, formação de uma mesa de negociação
entre a SES, Simepe e uma comissão de representantes dos serviços para discutir
soluções. Deliberou-se ainda, envio de oficio ao Conselho Regional de Medicina
de Pernambuco (Cremepe) solicitando
posicionamento quanto à presença de pacientes internados no interior dos
centros cirúrgicos. Aguardamos respostas do executivo deste Estado.
Da Assessoria de Comunicação do
Cremepe
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