Tomaz Silva/ Agência Brasil |
Policiais federais fazem marcha
contra a corrupção na praia de Copacabana, zona sul da capital fluminense. O
ato pede por reforma na segurança pública
Exatos 60 dias para o início da
Copa do Mundo, policiais federais fizeram um protesto na Praia de Copacabana na
manhã de hoje (13) e prometem fazer greve durante o evento esportivo.
Cerca de
300 policiais e parentes marcharam pela Avenida Atlântica com cinco elefantes
brancos infláveis, para reivindicar melhores condições de trabalho, reajuste
salarial e reestruturação da carreira.
O presidente do Sindicato dos
Servidores do Departamento de Polícia Federal do Estado do Rio de Janeiro,
André Vaz de Mello, explica que a Marcha dos Elefantes, junto com uma
paralisação de um dia, é para mostrar para a sociedade as condições precárias
de trabalho dos policias e a ineficiência do atual modelo de segurança pública.
“A gente pede a reestruturação
das carreiras, com as atribuições dos cargos de papiloscopista, agente e
escrivão definidas por lei, porque não tem isto até agora, e no mínimo uma
reposição inflacionária para a gente poder sentar e conversar. O elefante
branco é a ineficiência do nosso modelo de segurança pública, no qual 96% dos
inquéritos não dão em nada, só 2% apontam realmente e punem os culpados. Em
nenhum lugar do mundo isso existe”,disse.
De acordo com ele, a categoria
está há sete anos sem aumento. “Toda vez que a gente tem sentado com o governo,
por meio da Federação Nacional dos Policiais Federais que está negociando lá
[em Brasília], é sempre um passo para trás, o governo vem sempre com um
desrespeito total. A gente aguarda até a Copa do Mundo, mas estamos com a mesma
proposta de Brasília e dos outros estados: é parar na Copa do Mundo,
principalmente os aeroportos”.
Mello diz que os serviços
essenciais serão mantidos em uma eventual greve, como foi mantido na
paralisação de hoje. Mas, segundo ele, uma greve da Polícia Federal representa
risco para a segurança do país.
“O governo federal tem dito que
consegue nos substituir com outros servidores, como Exército, Força Nacional e
outros policiais, só que dentro do aeroporto não tem como, é uma função muito
específica, a imigração requer que o cara tenha experiência naquilo ali. Pode
substituir, mas o governo vai ter que abrir a porteira e deixar entrar
procurados de fora [do país], terroristas, que são um risco para a sociedade e
para o Brasil nesse evento grande, que é a Copa do Mundo”,observou.
Este foi o sétimo protesto
organizado neste ano pela categoria. Os sindicatos denunciam gestão
ineficiente, segregação funcional, evasão de servidores qualificados, falta de
atribuições por lei, sucateamento funcional e material, congelamento salarial e
gestão precária dos recursos humanos dentro do órgão.
Agência Brasil
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