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A inflação dos alimentos,
responsável por mais da metade do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA) de 0,92% em março, pode não ter efeito temporário.
Alguns produtos
agrícolas têm mostrado resistência na alta, o que, na opinião do coordenador de
Projetos do Centro de Estudos Agrícolas da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), Mauro Lopes, derruba a avaliação que parece predominante no governo de que há
sinais de acomodação dos preços dos alimentos.
"Produtos como a carne e o
leite há tempos estão com seus preços em trajetória de alta. Os itens de
hortifrútis, sim, são sazonais, mas a carne, especialmente a bovina, e
laticínios não são mais", disse Lopes nesta quinta (10), no Fórum Estadão
- Brasil Competitivo: "A Sustentabilidade no Campo II".
ATACADO
De acordo com o especialista, os
índices que medem os preços ao produtor indicavam alta no atacado. Para o
produtor paulista, por exemplo, os preços do boi gordo subiram 10% desde o
início do ano. Já no atacado com osso, as peças acumularam alta de quase 20% no
período.
Lopes atribui a pressão de alta
da carne bovina ao aumento da renda do brasileiro, com programas de
transferência de renda e reajustes do salário mínimo. "Não sou contra as
políticas sociais, mas há um preço, que é o aumento do consumo e da inflação.
Tem essa pressão e a melhor coisa que se pode fazer é o governo não atrapalhar.
Mas nós estamos vivendo, sim, pressão de alimentos, com uma 'inflação' de
demanda."
EXPORTAÇÃO
O engenheiro agrônomo e sócio da
MB Agro, José Carlos Hausknecht lembrou que não é apenas a demanda interna que
sustenta os preços da carne bovina. "Há uma procura externa muito grande,
ainda mais em um cenário no qual nossos principais concorrentes, como Estados
Unidos e Austrália, estão com problemas de fornecimento da matéria-prima."
A melhor remuneração no exterior acaba influenciando nos preços do produto no
mercado interno.
Fonte: Agência Estado
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