Neto Baiano marcou o gol que abriu o caminho da vitória. Foto: Diego Nigro/JC Imagem |
Com uma objetividade inversamente
proporcional ao domínio territorial e posse de bola, o Sport abriu uma boa
vantagem na final da Copa do Nordeste ao vencer o Ceará por 2×0 nesta
quarta-feira (2), na Ilha do Retiro. O time rubro-negro pode perder por até um
gol de diferença na próxima quarta (9), no Castelão e ainda assim conquistar o
título. O Ceará precisa colocar três de vantagem. Se os 2×0 forem devolvidos, a
decisão vai para os pênaltis. Se os pernambucanos marcarem, a derrota poderá
ser por dois.
O Sport tentou pressionar desde
os primeiros minutos, mas quem o fez foi o Ceará. Marcando bem o meio de campo
leonino, o time visitante conseguiu não só segurar o ímpeto dos donos da casa,
como também chegar com perigo ao gol de Magrão. Na primeira, logo no segundo
minuto, Magno Alves recebeu na entrada da área e tentou encobrir o goleiro
leonino, que tocou na bola e a mandou a escanteio. Apenas 60 segundos depois
foi a vez de Bill cabecear para Ferron cortar e Souza completar em cima de
Renê.
Passados os sustos, os
rubro-negros acordaram e começaram a fazer o que estavam acostumados desde que
Eduardo Baptista assumiu o comando e não fizeram nos últimos três jogos pelo
Campeonato Pernambucano: não dar espaço para o adversário pensar. E essa seria
a única maneira de levar vantagem, já que a transição entre defesa e ataque dos
leoninos nunca foi ao custo de muita troca de passe e sim de jogadas verticais
e pressão na saída de bola.
Foi nessa pressão que saiu a
primeira oportunidade de gol. Renê interceptou um passe lateral e tocou para
Aílton, que entrava de frente para área. O camisa dez chutou para o chão e a
bola saiu. O árbitro errou e marcou escanteio, este desperdiçado por Renê. Na
segunda não teve jeito. Ananias desceu pela esquerda e lançou Neto Baiano. o
artilheiro dominou no peito e tocou na saída de Luís Carlos para fazer 1×0.
Após o gol, a linha de marcação
feita pelo trio ofensivo Érico/Neto/Ananias recuou para a linha divisória do
gramado. Apesar de pelo menos meio campo livre – o defensivo – o jogo ficou
truncado. Aconteceu o fenômeno que muitos técnicos chamam de ‘bola viva’,
aquela que não vai de pé em pé. É um jogo mais de lançamentos, muitas disputas
com faltas e sem oportunidades concretas de gol.
O problema para o Sport é que à
medida que o tempo passava, o time rubro-negro recuava mais e mais. Chegou ao
ponto de Érico Júnior assumir um posicionamento mais de lateral-direito do que
atacante. Da mesma forma, Neto Baiano foi visto dando chutão para frente dentro
da grande área pernambucana. Ressalta-se também a má jornada de Aílton. Além de
pouco apresentar-se para o jogo, o camisa 10, quando o fazia, invariavelmente
errava.
Só voltou a haver pressão dos
donos da casa aos 33 minutos e o resultado foi instantâneo. Ananias arriscou um
chute cruzado e Páscoa meteu a cabeça na bola, que foi para fora. Só que a
resposta cearense foi na mesma moeda. De fora da área, Ricardinho mandou
rasteiro e Magrão cedeu escanteio.
Veio o segundo tempo e o recuo do
Sport manteve-se rigorosamente inalterado com um agravante: jogadores fora de
posição, tendo como maior exemplo o centroavante Neto Baiano. O camisa 9 estava
postado tão atrás que, na retomada da bola, era ele quem puxava, ou tentava
puxar, os contra-ataques. Como seu forte não é o passe, a bola ia e voltava
rápido demais. Há de se ressaltar que Neto compensava com uma dedicação leonina
na marcação e ausência completa de Aílton.
O tempo foi passando e o defeito
não era corrigido. O Ceará, que precisava de um gol, encurralou o time da Ilha
em seu campo defensivo, mas esbarrou no bom trabalho da defesa, de longe o
fundamento de destaque dos rubro-negros. O alvinegro trocou passes, dominou
territorialmente mas tinha grande dificuldade para entrar na área. Bill
conseguiu aos 18 mas chutou em cima de Magrão.
No sufoco, Eduardo Baptista tirou
Érico Júnior. O Sport pouco produziu e seu lance mais importante no segundo
tempo aconteceu aos 33, mas o protagonista foi um jogador adversário. O volante
João Marcos fez falta em Rithely e tomou amarelo. Como já fora advertido antes,
terminou expulso. Com mais espaço, o leão conseguiu sair da pressão e quase
chegou ao gol graças à raça de Neto Baiano.
Aos 37, ele tentou o cruzamento
da linha de fundo mas foi bloqueado. Michel apareceu e chutou em cima do
atacante. A bola sobrou para Danilo em plenas condições de marcar, mas Luís
Carlos foi no canto e defendeu. Na segunda tentativa, Danilo não jogou fora.
Aos 40 minutos, Patric, que fazia uma partida bastante discreta em termos
ofensivos, foi à frente e cruzou. Na linha de pequena área, o lateral e duble
de atacante apareceu para completar para as redes.
Ficha do jogo:
Sport: Magrão; Patric, Ferron, Durval e Renê; Rodrigo Mancha,
Ewerton Páscoa, Aílton (Rithely) e Érico Júnior (Danilo); Ananias (Sandrinho) e
Neto Baiano. Técnico: Eduardo Baptista.
Ceará: Luis Carlos; Samuel, Sandro (Gabriel), Anderson e Vicente;
João Marcos, Ricardinho, Rogerinho e Souza (Michel); Magno Alves (Assisinho) e
Bill. Técnico: Sérgio Soares.
Local: Estádio Ilha do Retiro. Árbitro:
Cláudio Francisco Lima (SE). Assistentes:
Carlos Jorge Titara (AL) e Luis Carlos Camara (RN). Gols: Neto Baiano, aos dez do primeiro tempo. Danilo, aos 40 do
segundo. Cartões amarelos: Renê,
Sandro, Ferron e Bill. Expulsão:
João Marcos.
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