Avulsos só prosperam na traição
Em
eleição para composição de mesas diretoras no Legislativo há uma praxe entre os
partidos: o cumprimento do acordo na votação nos candidatos oficiais. Com isso,
dificilmente quem se aventura em candidaturas avulsas têm chances de virar o
jogo, a não ser que os deputados traiam.
Para
trair, no caso dos deputados governistas, o preço tende a sair caro. No PSB,
partido majoritário na Casa, com 15 representantes, o nome oficial para a
Primeira-Secretaria é o do ex-prefeito do Cabo, Lula Cabral, mas Diogo Moraes
está correndo por fora, ameaçando registrar sua candidatura avulsa.
Tem
alguma chance? O voto é secreto, é verdade, mas se a própria bancada do PSB não
seguir a orientação do partido quem ficará mal na fita será a cúpula socialista
e por tabela o governador Paulo Câmara. Diz uma peça teatral que para trair
basta apenas coçar.
No
caso de um governo em início, poucos têm coragem de coçar, porque o risco de
ser tratado a pão e água ao longo dos quatros anos é realíssimo. Uma
candidatura avulsa saindo de qualquer partido por falta de consenso pode ser
até natural, mas da legenda oficial, que está com a caneta na mão, é grave.
Grave
porque expõe profundamente o governador, cria um clima de instabilidade e
desconfiança, abrindo um precedente grave para derrotas em matérias de interesse
do Governo. Diogo tem esta força aparente para desafiar o seu partido e o
governo? Evidentemente que não.
NA
CORTE– Devido ao congestionamento nos voos para Brasília, praticamente toda a
bancada pernambucana já está na capital desde ontem, para a posse do novo
Congresso amanhã. Os novatos fizeram os procedimentos de praxe, como a criação
de senha e o treinamento da votação no painel eletrônico, como o tucano Daniel
Coelho, que, entusiasmado, postou uma imagem nas redes sociais testando a sua
senha.
O PEPINO É ESTADUAL– Na audiência com o ministro dos Transportes, quinta-feira
passada, em Brasília, o ministro Armando Monteiro (Desenvolvimento) e o senador
Humberto Costa, líder do PT no Senado, não colocaram em pauta a precária
situação da BR-232 porque, segundo Humberto, a estrada é da inteira
responsabilidade do Estado. E agora, José?
DERROTA Á VISTA– Dilma pode jurar que não, mas é senso comum que seu Governo está
empenhado em eleger Arlindo Chinaglia para presidir a Câmara. Se o petista
perder, a presidente sofrerá sua primeira derrota. Não é novidade a rejeição do
candidato do governo. Em 2001, Aécio Neves derrotou o candidato do governo FH,
Inocêncio Oliveira. Em 2005, Severino Cavalcanti venceu o candidato do governo
Lula, Luiz Greenhalgh.
AZARÃO SEM CHANCES– Aliado do candidato do PMDB à Presidência da Câmara, o deputado
não acredita que o socialista Júlio Delgado (MG) se transforme no azarão da
eleição para renovação da mesa diretora no próximo domingo. “Apesar do esforço
do PSDB, Júlio Delgado é vítima da migração para o voto útil. Ele já não é
aquele candidato que disputou contra Henrique Alves”, observou.
TRATAMENTO VIP– Em Brasília desde ontem, para tomar posse como mandato federal amanhã no
Congresso, o secretário estadual de Turismo, Felipe Carreras, procurou o
ministro Juca Ferreira para tratar de assuntos relacionados ao Estado e sentiu
que Pernambuco será bem tratado. “Senti que o ministro vai investir bastante no
turismo no Nordeste, especialmente em Pernambuco”, afirmou.
CURTAS
LICENÇA–
Dos 25 deputados da bancada federal que tomam posse amanhã, quatro se licenciam
imediatamente para o secretariado de Paulo Câmara: Sebastião Oliveira (PR),
Felipe Carreras (PSB), Danilo Cabral (PSB) e André de Paula (PSD). Mas todos
terão direito a votar na eleição da mesa diretora.
RENÚNCIA–
O vereador Raul Jungmann, da bancada do PPS no Recife, renuncia ao mandato na
próxima segunda-feira para tomar posse como deputado federal. Como suplente,
assume o mandato porque Paulo Câmara convocou quatro federais para o
secretariado.
Perguntar
não ofende: Dilma será derrotada na eleição da mesa diretora da Câmara dos
Deputados?
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