quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Operação fecha 29 farmácias


LOCAL produzia medicamentos sem registro,
sem licença e em péssimas condições

ALEXANDRE FERREIRA  
Folha de Pernanbuco 

Uma operação conjunta entre as agências Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa) e a Polícia Civil, realizada em seis municípios do Interior de Pernambuco, foi responsável pelo fechamento de uma fábrica clandestina de medicamentos, interdição de 29 farmácias, 32 prisões e a apreensão de cerca de 11 mil remédios vendidos irregularmente, proibidos e até mesmo falsificados. O secretário de Saúde de Araripina (Sertão), Venilton Carlos Cardoso, 29, foi autuado em flagrante por crime contra a saúde pública, que é inafiançável. Ele era o responsável técnico pela fábrica de medicamentos falsos fechada naquela cidade, a primeira a ser interditada em Pernambuco.

A operação teve início na última terça-feira no município de Lajedo (Agreste), e em Serra Talhada, Belém do São Francisco e Floresta (Sertão). Nesses locais, foram interditadas 11 farmácias e apreendidas cerca de sete mil caixas de medicamentos vendidos irregularmente, sem receita ou sem licença para venda. Só na Farmácia Farmasil, em Serra Talhada, foram apreendidas quatro mil caixas de Desobesi-M (arrebite), entre outros medicamentos de uso controlado.

Durante todo o dia de ontem, a operação atuou em Cabrobó e Araripina. Nesses locais foram fechadas 18 farmácias, um mercado, além da Sanaervas, uma fábrica clandestina. Foram apreendidas cerca de cinco mil caixas de medicamentos. A fábrica produzia remédios fitoterápicos sem registro, sem licença e em péssimas condições sanitárias. Na rotulagem, constava o nome do secretário de saúde como responsável técnico. Venilton Cardoso chegou no local logo depois e foi detido. Mais de três mil caixas de medicamentos foram apre­endidas apenas na fábrica.

“A venda desses medicamentos é de uma irresponsabilidade enorme. Eles podem não provocar efeitos ao organismo, mas também podem causar efeitos adversos e consequências irreparáveis”, comentou o gerente geral da Apevisa, Jaime Brito.

A operação teve início depois que a Apevisa identificou a compra de 111 mil caixas de Desobesi-M no Recife por comerciantes do Interior do Estado, nos últimos 60 dias. “Apenas a Farmasil teria comprado 54 mil caixas. Mas não conseguimos encontrar esse medicamento todo”, destacou Jaime Brito.

O proprietário da fábrica clandestina, Gilson Guedes Rocha, e os donos das farmácias fechadas também foram autuados por crime contra a saúde pública, além de tráfico de entorpecentes, na modalidade medicamentos. Todos foram encaminhados para penitenciárias onde aguardarão julgamento.

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