folha de Pernambuco
Sem dúvida nenhuma, o ato de demitir um profissional é uma das piores tarefas de um líder. Sempre vem aquela pergunta: Quem deve realizar tal tarefa?
A dúvida paira. Quem é o mais indicado para conversar com o futuro ex-funcionário? Então, se inicia o “passa ou repassa”. Uns acham que isso é papel do RH (recursos humanos), já que foi por lá que o funcionário entrou. Outros entendem que essa deve ser uma tarefa do gestor superior da área, afinal ele é o responsável geral pelo bom andamento de seu setor e, se aquele colaborador deixou de colaborar, então caberá ao “chefão” informá-lo disso. Mas de onde partiu a decisão, senão de quem trabalha diretamente com esse funcionário, ou seja, seu gestor direto? Daí partimos para a opinião de que quem deve demitir é o gestor direto. QUE CONFUSÃO!
O problema está na origem (como sempre). Muitas organizações possuem um processo de gestão totalmente desorganizado, causando, assim, uma intranquilidade no ato da execução dos processos. Leia abaixo um caso que ilustra esse assunto e, em seguida, faremos uma análise, ok?
O diretor de uma área solicita ao RH uma vaga para determinada função. No entanto, não vê a necessidade de comunicar o gestor direto daquela área, pois, ao analisar os resultados, entendeu que havia uma defasagem de pessoal. Quando o RH encontra alguém com perfil semelhante ao solicitado convoca o diretor solicitante para que conheça o candidato pré-aprovado, mas (para variar!), nosso “gestor-mor” não tem agenda para tal entrevista e atribui ao RH toda a responsabilidade pela contratação já que, em sua concepção, o RH é a área competente para isso.
O “inocente” candidato se transforma, então, no mais recente colaborador daquela organização. Daí é encaminhado ao D.P. (departamento pessoal) para que se providenciem os documentos necessários. Em cinco dias, aproximadamente, tudo pronto no âmbito burocrático, pois até uniforme o novato já possui.
Chega a tão esperada segunda-feira (quando quase todo novo colaborador inicia o trabalho). Chegando ao setor indicado, qual a surpresa? O gestor direto não tinha conhecimento sobre a nova contratação (o diretor solicitante se esqueceu de comunicar-lhe!).
Não! Eu não criei uma “historinha” fictícia, isso ocorre com frequência em empresas afora, infelizmente. Se o colaborador de nossa ilustração for demitido será instaurada a confusão, pois o diretor nem o conhece para, então, aplicar um feedback conclusivo que justifique sua saída. O RH não possui ferramentas para isso, aliás, este RH citado acima é apenas uma área de recrutamento e seleção (somente). Vai sobrar para o gestor direto, é claro!
Toda admissão deve ser compartilhada, principalmente com quem irá trabalhar diretamente (gestor direto) com o novo colaborador, afinal, esse gestor será o responsável pelo desenvolvimento de seus subordinados desde o ingresso desses. Obviamente, devemos ter uma área de apoio (RH), além do acompanhamento do gestor superior, que deve ter sob seu controle todo andamento do setor.
Quem deve efetuar efetivamente o comunicado de desligamento em caso de demissão? Aquele que possui ingredientes suficientes e coerentes que justifiquem a decisão da demissão. Seja quem for o agente executor, ele nunca deverá esquecer que ali, a sua frente, encontra-se um ser humano e não apenas um profissional. A missão é desligar apenas o profissional, preservando a pessoa.
Ah! E nunca se esqueça de incluir Deus em todos os seus planos.
Prof. Edison Andrades é escritor e palestrante.
Entre no site: www.edisonandrades.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário