segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Recife ganha centro de pesquisas e apoio às vítimas e autores de violência sexual


Será inaugurado nesta segunda-feira (28), um centro de estudos, pesquisas e atendimento para crianças e adolescentes, famílias e autores de violência sexual. A ação, inédita em Pernambuco, funcionará na Faculdade Frassinetti do Recife (Fafire) e é fruto da parceria da faculdade com o Tribunal de Justiça de Pernambuco e a ONG Childhood Brasil.

Segundo o coordenador nacional do programa Childhood, Itamar Batista, o foco da parceria será a capacitação dos profissionais da rede de atenção do Estado, além de ampliar o atendimento, também, aos pais das vítimas e ao autor do crime. “O que existe hoje é o atendimento focado somente na criança, então o trabalho com família e o abusador é uma inovação”, conta.

A iniciativa é inspirada em um modelo adotado pela Universidade de São Paulo. “Outros países, como a Suécia, fazem esse tipo de intervenção junto a quem cometeu o ato infracional. É um desafio para nós, ainda não temos números”, diz Itamar.

Para receber o atendimento, a pessoa tem que registrar a queixa na polícia. Daí, a pessoa é  encaminhada para o Tribunal de Justiça e o Tribunal é quem indica o centro para fazer o tratamento, caso julgar necessário. 

De acordo com a psicóloga Joelma Correia, no primeiro ano, 10 vítimas de abuso sexual serão atendidas, junto com suas respectivas famílias e o possível autor da violência. “Essas crianças apresentam dificuldade de adaptação social, dificuldade na escola... Por isso esse serviço serve também para capacitar os educadores, para que eles fiquem mais sensíveis aos sinais que as crianças e adolescentes possam dar”, explica.

Segundo a especialista, a grande maioria dos casos se dá dentro de casa, com os próprios parentes da vítima. “Uma vez que a criança foi violada dentro da família que teria a função protetiva, com o atendimento essa criança poderá ser acolhida. Essa família também precisa reestruturar suas funções e o abusador precisa ser acompanhado do ponto de vista judicial e psicológico”, diz Joelma.

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