quarta-feira, 2 de março de 2011

Especialista alerta sobre os perigos da automedicação

Da Redação do pe360graus.com
Foto: Reprodução/TV Globo

Tem gente que não se controla e basta sentir uma dor ou um sintoma diferente que vai logo tomando remédio por conta própria. Principalmente em época de festas, como o Carnaval, em que as pessoas tomam um ‘remedinho’ para curar ressaca ou outras doenças. Mas os médicos alertam: a automedicação é um perigo, ainda mais se misturar com bebida alcoólica.

De acordo com o clínico geral e gastroenterologista Carlos Brito, tomar remédio antes e depois de consumir bebida alcoólica não evita ressaca. “Isso é um mito. Já está provado cientificamente que esses remédios não são efetivos. A ressaca existe não porque você mistura as bebidas, mas pela quantidade de álcool que você consome”, explica.

Há outros costumes como, por exemplo, tomar uma colher de azeite antes de beber, para “forrar” o estômago: mais um mito. “Isso não consegue evitar a absorção de álcool. E no pós-ressaca, alguns acham que tomar uma cerveja geladinha no dia seguinte vai melhorar os sintomas. E não melhora em absolutamente nada. Pode até ficar pior, porque aumenta o nível da substância no sangue”, diz.

Para melhorar a condição física e aguentar a folia do Carnaval, muitos misturam bebida alcoólica com energético. Mas, segundo o médico, essa prática também não é indicada. “O energético possui cafeína e deixa você excitado, diminuindo um pouco o sono. Mas não evita a questão da ressaca”, afirma.

A solução mais segura e inteligente para curar a ressaca é, segundo ele, ingerir muito líquido e se alimentar corretamente. “Tomar líquido à vontade, porque o álcool é diurético, se alimentar nos intervalos e, claro, evitar os excessos”, aconselha.

O líquido pode ser água mineral, água de coco ou suco de frutas. “Nesses grandes aglomerados, a gente transpira mais e perde mais água, o que acaba causando a dor de cabeça e náusea. Então é importante ter sempre uma garrafinha para se hidratar”, lembra.

Se alimentar é fundamental, mas é bom observar onde. Comer alimentos vendidos nas ruas pode se transformar em um problema. “Algumas pessoas que manipulam os alimentos nas ruas não têm a cultura de lavar as mãos. Então a dica é observar a barraca, as condições de higiene, a limpeza da pessoa que manipula a comida, se não é a mesma que pega no dinheiro”, alerta o especialista.

Muitos desses alimentos são expostos de forma inadequada, em lugares onde não há refrigeração necessária. “Alimentar-se no meio da rua provoca o desenvolvimento das doenças gastrointestinais, como náusea, vômito, diarreia, que surgem em decorrência da ingestão de alimentos contaminados”, diz.
Se esses sintomas aparecerem, a solução é tomar bastante líquido e ficar um tempo de repouso. Nada de tomar remédio por conta própria. “Se os vômitos se tornarem persistentes e aparecerem sintomas como ressecamento da pele, sonolência ou tontura, é bom procurar um atendimento de emergência”, diz Carlos Brito.

Tomar remédio por conta própria em caso de dor de cabeça pode ser um risco dobrado, por isso é bom evitar alguns tipos de analgésicos. “Alguns medicamentos como os antiinflamatórios e as aspirinas têm um risco adicional que podem agravar os casos de dengue. É possível tomar analgésicos, mas aqueles que não apresentam riscos como o paracetamol e a dipirona”, afirma.

É preciso cuidados, também, com a proteção externa do corpo. “Lembrar de usar um boné, roupas leves, principalmente as crianças. Tudo isso evita as complicações causadas pelo excesso de sol que acontece nesse período”, conta o médico.

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