sexta-feira, 22 de abril de 2011

Advogado diz ser "desnecessária" prisão de promotora suspeita de envolvimento no mensalão do DEM


Débora Guerner

Promotora é acusada de atrapalhar as investigações sobre o mensalão do DEM

Priscilla Mendes, do R7, em Brasília
O advogado de defesa de Débora Guerner, promotora suspeita de participar do mensalão do DEM, disse nesta quinta-feira (21) que a prisão de sua cliente e do marido, Jorge Guerner, é “desnecessária”. Débora recebeu visita do advogado, Pedro Paulo Medeiros, na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, onde está presa desde ontem. 

- Não há nenhuma necessidade de prisão preventiva. Uma coisa são as acusações que todos dizem, outra coisa é a necessidade de prisão preventiva. São coisas absolutamente distintas. 


A defesa de Débora entrou nesta quarta-feira (20) com pedido de soltura do casal, mecanismo chamado juridicamente dehabeas corpus, porém foi negado pelo ministro João Otávio Noronha, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), na manhã de hoje. A promotora foi presa ontem sob a alegação de estar atrapalhando as investigações da Polícia Federal. O Ministério Público Federal suspeita que ela vem forjando insanidade mental para se livrar das acusações. Há ainda a possibilidade, segundo os procuradores, de que o casal esteja planejando fugir para a Itália. 


Medeiros diz que não há motivos para a Justiça acreditar que o casal planeja deixar o país. Ele ainda aposta na revogação da prisão. - Na segunda-feira nós iremos nos dirigir à própria desembargadora, doutora Mônica, e conversar e mostrar que não há qualquer demonstração de que os acusados iriam fugir do país ou que estariam atrapalhando a investigação. Conversando, esperamos que ela revogue a prisão. 


O pedido de soltura será analisado outra vez pelo STJ na semana que vem. Segundo Medeiros, a desembargadora que determinou a prisão, Mônica Sifuentes, enviará mais informações sobre o caso ao tribunal.- Na verdade, o habeas corpus ainda não foi indeferido. O ministro plantonista indeferiu porque entendia que carecia de mais informações. Tão logo cheguem as informações, o ministro irá apreciar de fato a liminar. 

Medeiros disse que a promotora está sendo “bem cuidada” pela Polícia Federal e que o casal está “abalado, mas não mais que isso”. Como não há celas na Superintendência da PF, Débora e Jorge estão detidos em salas separadas, semelhantes à que abrigou por dois meses o ex-governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (ex-DEM), quando foi preso em decorrência da operação Caixa de Pandora.


Acusação 


A promotora é suspeita de atuar junto ao ex-procurador-geral de Justiça do Distrito Federal Leonardo Bandarra para proteger o ex-governador José Roberto Arruda. A principal acusação é de que teriam exigido R$ 2 milhões para ocultar vídeo em que o ex-governador Arruda recebe um maço de dinheiro do delator do esquema, o ex-secretário Durval Barbosa. 


Em um vídeo divulgado pela PF, Bandarra e Guerner aparecem na casa da promotora possivelmente discutindo o andamento do pedido de propina. Em outro trecho, o marido de Deborah coloca maços de dinheiro em um cofre. Após uma operação de busca e apreensão na casa, a polícia encontrou o cofre enterrado no quintal. No dia 6 de abril, o CNPM (Conselho Nacional do Ministério Público) suspendeu o julgamento que analisaria a demissão de Deborah e Bandarra dos quadros do Ministério Público pelos crimes de violação de sigilo funcional, recebimento de propina e tentativa de acha que. Agora, o caso deve ser novamente avaliado no dia 17 de maio.

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