quinta-feira, 21 de abril de 2011

HÁ 129 ANOS NASCIA MONTEIRO LOBATO



1931-1939 A luta de Lobato por ferro e petróleo

 PARTE 4

Personalidade de múltiplos interesses, Lobato esteve presente nos momentos marcantes da história do Brasil. 

Empenhou seu prestígio e participou de campanhas para colocar o país nos trilhos da modernidade.
Washington Luís
Por causa da Revolução de 30, que exonerou funcionários do governo Washington Luís, ele estava de volta a São Paulo com grandes projetos na cabeça.
O que faltava para o Brasil dar o salto para o futuro? Ferro, petróleo e estradas para escoar os produtos. 
Esse era, para ele, o tripé do progresso.

1940 - 1944
Lobato na mira da ditadura

Mas as idéias e os empreendimentos de Lobato acabaram por ferir altos interesses, especialmente de empresas estrangeiras. 
Como ele não tinha medo de enfrentar adversários poderosos, acabaria na cadeia.
Sua prisão foi decretada em março de 1941, pelo Tribunal de Segurança Nacional (TSN). 
Mas nem assim Lobato se emendou. Prosseguiu a cruzada pelo petróleo e ainda denunciou as torturas e maus-tratos praticados pela polícia do Estado Novo.
Getúlio Vargas
Do lado de fora, uma campanha de intelectuais e amigos conseguiu que Getúlio Vargas o libertasse, por indulto, após três meses em cárcere.
A perseguição no entanto continuou. Se não podiam deixá-lo na cadeia, cerceariam suas idéias.
Em junho de 1941, um ofício do TSN pediu ao chefe de polícia de São Paulo a imediata apreensão e destruição de todos os exemplares de Peter Pan, adptado por Lobato, à venda no Estado.
Centenas de volumes foram recolhidos em diversas livrarias, e muitos deles chegaram a ser queimados.


1945 - 1948
Os últimos tempos de Lobato

Lobato estava em liberdade, mas enfrentava uma das fases mais difíceis de sua vida. 
Perdeu Edgar, o filho mais velho, presenciou o processo de liquidação das companhias que fundou e, o que foi pior, sofreu com a censura e atmosfera asfixiante da ditadura de Getúlio Vargas.
Luís Carlos Prestes
Aproximou-se dos comunistas e saudou seu líder, Luís Carlos Prestes, em grande comício realizado no Estádio do Pacaembu em julho de 1945.
Partiu para a Argentina, após associar-se à editora Brasiliense e lançar suas Obras Completas, com mais de 10 mil páginas em trinta volumes das séries adulta e infantil. 
Regressou de Buenos Aires em maio de 1947, para encontrar o país às voltas com os desmandos do governo Dutra. 
Indignado, escreveu Zé Brasil.
Jeca Tatu de Belmonte
Nele, o velho Jeca Tatu, preguiçoso incorrigível, que Lobato depois descobriu vítima da miséria, vira um trabalhador rural sem terra.
Se antes o caipira lobatiano lutava contra doenças endêmicas, agora tinha no latifúndio e na distribuição injusta da propriedade rural seu pior inimigo.
Os personagens prosseguiam na luta, mas seu criador já estava cansado de tantas batalhas. 
Monteiro Lobato sofreu dois espasmos cerebrais e, no dia 4 de julho de 1948, virou “gás inteligente” - o modo como costumava definir a morte.
Foi-se aos 66 anos de idade, deixando imensa obra para crianças, jovens e adultos, e o exemplo de quem passou a existência sob a marca do inconformismo.

FONTE E TEXTO: lobato.globo.com




POR JOHNNY RETAMERO

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