sábado, 21 de maio de 2011

Cinema é instrumento de aprendizado e melhoria da realidade em escola estadual


O consumo e a venda de drogas e a violência entre colegas de sala são uma realidade de muitas escolas. Mas em Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata Sul, essa situação vem sendo modificada. Na Escola Estadual Madre Lucila Magalhães, que fica no bairro de Redenção, um professor de história aposta na produção de vídeos com os estudantes para alertar e educar todo o colégio, além de melhorar o aprendizado dos alunos.

A diretoria da escola virou camarim e a secretaria se transformou num cenário de cinema. Os estudantes agarraram com vontade a chance de fazer cinema na escola. “Eu me sinto muito privilegiada. Quero sim [ser atriz]. Quero um futuro melhor para mim, com certeza”, conta a estudante Cássia Michelly.

O professor João Francisco da Silva é o encarregado do roteiro, da direção, da captação de imagem e de som e é o dono da câmera. Apaixonado por cinema, é dele o sonho de ajudar a transformar a vida desses jovens. “A ideia inicial era mudar a realidade desses alunos e torná-los conscientes do papel transformador que eles podem ter na sociedade”, conta o professor.

O projeto que começou há três anos, com dez alunos, hoje envolve 120 estudantes. E o interesse não para de crescer. O cinema se transformou num aliado importante para discutir os problemas que mais preocupam os jovens. Uma das produções que eles estão fazendo é um documentário sobre a gravidez na infância e na adolescência.

Com um equipamento modesto e muita força de vontade, os estudantes já discutiram, através do cinema, a violência dentro da escola: o bullying. Em outro vídeo, abordaram a questão das drogas.

Os vídeos são um sucesso na escola e na comunidade. O objetivo agora é levar o projeto para outras escolas, apostando nos resultados que o cinema tem provocado na vida real dos alunos. “Muitos alunos que participam do nosso projeto tinham baixo desempenho escolar e muitos estavam na ociosidade. Então, o cinema resgatou a cidadania e a autoestima de cada um deles”, afirma João Francisco Alves.

Voluntários e temas para os novos vídeos não faltam. “Temos também um desafio maior, que é fazer a Insurreição Pernambucana de 1817. Vamos ter que mobilizar recursos para realizar esse sonho nosso”, diz o professor.

Da Redação do pe360graus.com

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