Há muitos anos atrás, quando ainda era aluno do curso de Geografia, tive oportunidade de conhecer um relatório que tratava de diversos aspectos humanos e científicos sobre a cidade de Gravatá. Tratava-se de um estudo sobre a cidade considerando aspectos culturais, geográficos, políticos, econômicos e sociais feito por um pesquisador da Universidade Federal de Pernambuco – UFPE.
Lido o relatório, fui tomado de horror pela cidade. O documento provava que a cidade era um lugar feito para pessoas de fora e que os munícipes ficaram em segundo plano. Cheguei a dizer para mim mesmo que jamais moraria numa cidade que só pensa nas pessoas de fora e esquece o seu próprio povo, ainda mais uma cidade que afirma possuir um dos melhores microclimas do mundo (que é um grande equivoco).
Gravatá, desde os anos 50 vende a imagem de um lugar bom para se viver, especialmente pelo clima. Isso trouxe fama e milhares de pessoas de várias cidades adotaram Gravatá como segundo lar. Ao longo dos anos ganhou status de cidade serrana, tranquila, hospitaleira, com o título pomposo e exagerado de “Suíça Brasileira”.
Mesmo morando aqui há sete anos, completados no último dia 12 de Junho, minha opinião não mudou e continuo assinando embaixo o relatório que li nos anos 90. No entanto, na condição de funcionário público, exercendo a função de Educador desde o ano 2000, sempre busquei entender a dinâmica dessa cidade no que se refere aos seus aspectos políticos, geográficos, culturais, sociais e econômicos no afã de colaborar com o lugar que escolhi para viver até morrer. Mas nem sempre foi tão fácil conseguir abertura e encontrar compromisso por parte dos gestores.
Desde que o Prefeito Ozano Brito tomou as rédeas da gestão pública, o município vem buscando acertar nos aspectos historicamente negativos, humanizando todos os braços da prefeitura, das secretarias e dos serviços burocráticos. Nesse ínterim, destacamos um fato importante para consolidação da cidade como sendo um dos atrativos turísticos mais bem sucedidos do estado.
Na última quarta-feira, dia 15, Gravatá promoveu um encontro para pouco mais de 30 agentes de viagem selecionados pelo Ministério do Turismo. Em parceria com a Associação de Culturas Gerais (ACG), a Secretaria de Turismo do município organizaram o FAMTOUR. O Programa “Famtour” (Familiarization tours) consiste no convite aos profissionais da indústria de viagens para conhecer destinos com potencial turístico.
Os agentes foram recepcionados pelo Prefeito Ozano Brito, pelo Secretário de Turismo, Ricardo Guerra e demais autoridades, em frente ao Café do Abel, na simpática Rua Duarte Coelho, que abriga o Pólo Moveleiro.
O grupo foi levado a diversos lugares considerados indispensáveis na rota turística da cidade. A Pousada Santa Fé, o Haras Cherokee, a Fazenda Serrana, Hotel Céu Aberto (onde almoçaram), o Pólo Moveleiro, a Estação do Artesão, a cidade cenográfica do São João de Gravatá e fechando com chave de ouro, o Hotel Portal ofereceu um jantar típico da culinária junina.
Para Gabriele Nunes, coordenadora nacional do projeto de produção associada ao turismo, o município serve de referência para o turismo, “Incrível, essa é a palavra que melhor define Gravatá. Serve de referência para outras cidades”, disse.
Já a para Íria Cerqueira, do sindicato dos guias de turismo de Pernambuco, a cidade está de parabéns por tudo que apresentou, “Eu já sabia do potencial de Gravatá, mas participar de um passeio como este e me colocar no lugar de um turista, fez com que observássemos melhor as belezas da cidade. É um destino que vende muito”, afirmou.
“Gravatá se superou. Estive aqui em novembro e em tão pouco tempo observei o quanto Gravatá se superou. A cidade está melhor, e é um dos melhores lugares que já visitei. Aqui o turista é bem cuidado”, disse a coordenadora da ACG, Miriam Rocha.
O nosso Secretário de Turismo, Ricardo Guerra afirmou: “É Gravatá no cenário turístico nacional. A partir desta visita, muitas outras virão apreciar o melhor de nossa cidade”.
De minha parte, reafirmo o compromisso com a atual gestão e com a luta pela garantia de um lugar melhor para todos os gravataenses, assim como se pensa em agradar os turistas que deixam suas reservas na cidade, durante todo o ano.
Estamos longe de ser uma cidade modelo, como Curitiba, Campos do Jordão e cidades da Serra Gaúcha que investiram pesado na indústria do turismo. No entanto, passos largos estão sendo dados, agregando políticas públicas e desenvolvimento social e econômico para todos.
Professor Ricardo Vieira colunista do blog- Direto de Gravatá-PE.
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