PARTE 2
A FILOSOFIA DO VELHO BRITO
Na ocasião, entrava na “A ROSA BRANCA” linda flor em forma humana, menina de seu quinze anos, exuberante de vida, de saúde, de beleza e mocidade. Trajava vestido “pra frente”, que fazia lembrar uma quadrinha atribuída ao JORNALISTA MANOEL CAETANO DE ALBUQUERQUE MELO, ao ver senhorita com saia muito curta e decote muito baixo.
“O TEU VESTIDO, MENINA,
POUCO DECENTE EU ACHO;
SÃO MUITO BAIXO EM CIMA,
“SÃO MUITO ALTO EM BAIXO”.
Contemplamos o quadro e não ficamos sós, ao admirar a vida, na manifestação insinuante da graça feminina. Foi então que resolvi dizer-lhe ao ouvido: o mundo está perdido, caro BRITO! E ele, aceitando o mundo como o mundo é, retrucou de imediato: “puro engano” Perdidos estamos nós. “Atentei bem na lógica da expressão, naquela verdade, oriunda dos lábios de um homem em vésperas de ser cadáver.
No momento, absorvendo em todo o meu ser a síntese da dura realidade, numa espécie de auto-exame cantei, de mim para mim, no discreto silêncio de minha alma, dois versos sentimentais, da conhecida balada número sete:
“CADÊ VOCÊ, CADÊ VOCÊ? VOCÊ PASSOU.
O QUE ERA DOCE E NÃO ERA SE ACABOU”.
Hoje, ANTÔNIO DE BRITO que se abria sempre num riso franco e cordial, quando me via, me é, e do seu nobre coração, uma grande saudade.
Estas as palavras que guardei pra dizer, nesta época festiva, como demonstração de que não esqueci. E, como um modesto presente do PAPAI NOEL, que ele viera visitar naquela risonha tarde de natal.
JANEIRO DE 1972
FONTE: JORNAL O ARAUTO
O LIVRO:O sobrado de seu miro e outras Crônicas de MANOEL DE HOLANDA CAVALCANTI.
POSTADO POR JOHNNY RETAMERO
POSTADO POR JOHNNY RETAMERO
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